O treinador deixou o Vitória Sport Clube após ter orientado a equipa nas três primeiras jornadas da I Liga, anunciou, esta quinta-feira, o clube minhoto no seu site oficial.
Na nota publicada no site oficial, a SAD vitoriana diz ter ficado “surpreendida” esta quinta-feira com a “decisão comunicada pelo treinador da equipa principal de terminar a sua ligação ao clube”, válida até ao final da época 2021/22.
“A posição manifestada quebra um trabalho de largos meses entre a estrutura do futebol e o treinador escolhido pela administração para a construção e preparação de um plantel que permitisse concretizar a política desportiva do Vitória SC e alcançar os objetivos traçados”, refere o comunicado vimaranense.
“Considerando que todas as decisões tomadas relativamente à equipa principal tiveram a participação e a concordância do técnico e que este sempre teve total autonomia para o exercício da sua liderança, entende a Administração que uma posição desta natureza, ainda no arranque da época e numa semana em que o treinador se encontra a frequentar o curso UEFA Pro, só pode ser recebida como uma manifestação de insegurança que é incompatível com o Vitória SC”, pode ler-se.
A administração do Vitória conclui, dizendo que “será brevemente apresentada uma nova liderança técnica que se enquadre no projeto desportivo e permita a obtenção dos resultados ambicionados”.
De acordo com o jornal A Bola, o treinador apresentou a demissão, depois de manifestar a sua discordância relativamente à política de contratações da SAD, especialmente a que foi desenvolvida nos últimos dias do mercado de transferências.
Tiago Mendes já tinha expressado ao presidente dos vimaranenses, Miguel Pinto Lisboa, e ao diretor-geral do clube, Carlos Freitas, a necessidade de contratar jogadores mais experientes e para lugares específicos. Contudo, a última aquisição foi o médio Miguel Luís, de 21 anos, escreve o jornal desportivo.
O primeiro desafio do técnico, de 39 anos, na liderança de uma equipa profissional durou menos de dois meses, com quatro pontos somados nos três primeiros jogos do campeonato: derrota caseira com o Belenenses SAD (0-1), empate no terreno do Rio Ave (0-0) e triunfo na receção ao Paços de Ferreira (1-0). O clube nortenho é atual 11.º classificado da I Liga.
Apresentado a 17 de agosto, Tiago Mendes prometeu um futebol com “emoção e intensidade” e atletas a “tentar ganhar cada jogo”.
Internacional pela seleção portuguesa em 66 ocasiões, durante uma carreira de futebolista com passagens por Sporting de Braga, Benfica, Chelsea (Inglaterra), Lyon (França), Juventus (Itália) e Atlético de Madrid (Espanha), o treinador começou a trabalhar como adjunto de Diego Simeone no clube madrileno, na época 2017/18, e como treinador da seleção portuguesa sub-15, em 2019.
ZAP // Lusa
Surpreendente foi a contratação de um treinador sem qualquer experiência para treinar o Vitória. Devia começar por um clube de muito menor dimensão. A direção vitoriana foi tremendamente irresponsável e amadora e fez do Vitória um clube laboratório onde as experiências podem correr muito mal. Contratou muitos jogadores inexperientes e deixou saír outros com provas dadas. Quero estar enganado, até porque sou vitoriano, mas o meu clube corre o risco de lutar pela manutenção. Espero que, ao menos, contratem um treinador competente e com filosofia de jogo verdadeiramente ofensivo e sem medo. De qualquer modo, é de esperar tudo desta direção.
“Muito menor dimensão que o Vitória SC”? E que dimensão é a do VSC? Quinta dimensão? Porque gosto do Tiago, quando aceitou treinar o multi-dimensional VSC, pressenti que se iria meter em sarilhos. O clube é médio (pela escala nacional) e nos últimos anos sem qualquer projecto desportivo, uma placa giratória de import-export e qualquer treinador tem que se submeter a esta “estratégia” financeira. Tiago errou na escolha, mas como tem sustentação financeira e não precisa do emprego no VSC, desistiu, é demasiado novo para ser um pau-mandado de mercadores. E fê-lo com elegância, ao contrário da trauliteira direcção do VSC.
Certamente entendeu o que eu quis dizer mas optou pelo discurso provocatório. Tiago até pode vir a ser um bom treinador, mas deve começar, para já, num clube de escalão secundário e depois evoluir naturalmente. Não sei qual é o seu clube, mas já agora podia propôr ao presidente o Tiago pois seria para si uma grande alegria.
Claro que entendi, foi a razão para a resposta. E a contestação baseias-se em factos, os quais o caro poderia refutar, contrapor, mas nada. Diga-me, quantos mais que três jogadores, portugueses, o VSC introduziu no mercado, médio-alto, do futebol português nos últimos 20 anos? Quer que recorde quantos revelou o vosso rival regional, SCB? E não apostaram estes num treinador (Rúben Amorim) que nem sequer está habilitado? E o meu clube já foi campeão com dois treinadores que nunca tinham treinado na “quinta dimensão” vitoriana. E já agora, uma provocação: o VSC foi um clube com dimensão quando presidido por um benfiquista-vitoriano. Ou desconhece esse facto? Ou ofende o arianismo dos “White Angels”?