A ByteDance, dona da rede social TikTok, acusada de espionagem pelo Presidente dos Estados Unidos anunciou, esta segunda-feira, que vai avançar com uma queixa contra o seu Governo.
“Para garantir que a lei é cumprida e que os nossos negócios e utilizadores são tratados de forma justa, não temos escolha a não ser contestar a ordem executiva (assinada pelo senhor Trump) através do sistema judicial”, afirmou o grupo, numa declaração enviada à agência de notícias francesa AFP.
De acordo com o processo intentado no tribunal distrital dos EUA da Califórnia, citado pelo jornal online Observador, os réus são “Donald J. Trump, na sua capacidade oficial como Presidente dos Estados Unidos”, “Wilbur J. Ross Jr, na sua capacidade oficial como Secretário de Comércio” e o departamento do comércio.
Na quinta-feira, Trump disse apoiar uma oferta da Oracle para a compra da TikTok, aplicação chinesa de partilha de vídeos, apesar de estarem já em curso negociações com a Microsoft, indicou a Bloomberg.
Respondendo, na terça-feira, a várias questões dos jornalistas após discursar no estado de Arizona, Trump indicou que a Oracle é uma “excelente empresa” e que o seu presidente, Larry Ellison, é uma “pessoa formidável”.
Segundo a agência de notícias económicas, Ellison ofereceu milhões de dólares em fundos para a campanha presidencial de Trump.
Além da Microsoft e da Oracle, o Twitter também pode ser outro dos interessados na compra desta rede social chinesa, que se distingue pelos vídeos curtos e pela sua partilha, com grande sucesso entre o público adolescente e cerca de mil milhões de utilizadores em todo o mundo.
A administração Trump deu 90 dias ao ByteDance para vender as operações da rede nos Estados Unidos, sob pena de as bloquear no país, argumentando “problemas de segurança nacional”.
No dia 6, o chefe de Estado emitiu uma ordem executiva para proibir a TikTok e a WeChat, rede social da chinesa Tencent, de efetuarem qualquer transação com parceiros norte-americanos, por as considerar uma ameaça para a segurança, a política externa e a economia dos Estados Unidos.
Trump tem acusado nos últimos meses, embora sem apresentar qualquer prova, a popular plataforma de partilha de vídeos de utilizar os dados dos utilizadores norte-americanos para beneficiar Pequim.
“A TikTok não está disponível na China. Os dados dos utilizadores dos EUA são armazenados na Virgínia, com uma cópia de segurança em Singapura. A TikTok nunca forneceu quaisquer dados de norte-americanos ao Governo chinês e não o faria se lhe fosse pedido”, responderam os responsáveis pela plataforma.
Num cenário de elevadas tensões comerciais e políticas com a China, o inquilino da Casa Branca tomou medidas radicais contra a rede, que é muito popular entre os mais jovens.
ZAP // Lusa