Os governos de Espanha e da Catalunha iniciam esta quarta-feira o diálogo sobre a questão catalã. Mas se por parte do primeiro os membros da mesa são todos ministros, do lado catalão, alguns dos escolhidos não fazem parte do governo autonómico e dois têm ligações estreitas com Carles Puigdemont.
Segundo noticiou a TSF, o ex-presidente da Catalunha tem pedido um lugar na mesa de diálogo, com o apoio do atual presidente da Generalitat, Quim Torra, que defende que os interlocutores deviam ser Carles Puigdemont, Oriol Junqueras e Jordi Sànchez, o primeiro foragido da justiça e os dois últimos a cumprir pena de prisão por sedição.
Mas na mesa de negociações constam dois colaboradores de Puigdemont, opção criticada pelo governo espanhol. “A lógica é que numa mesa de negociação entre governos estejam pessoas que formam parte desses governos”, disse a ministra da Economia, Nadia Calviño.
Já a vice-presidente do Governo, Carmen Calvo, indicou: “Este governo progressista está na antítese das posições independentistas mas também é verdade que só se pode avançar começando. Para nós a melhor agenda do dia é sentar-nos, escutar-nos, saber as posições que não nos unem e procurar as que podem unir-nos”, disse.
“É verdade que do lado independentista houve violações graves da nossa ordem constitucional mas também é verdade que recebemos a herança do PP em forma de desleixo, falta de diálogo e no facto de levar aos tribunais coisas que só se podem resolver com a política”, concluiu a vice-presidente.
Nesta primeira reunião, continuou o ECO, serão debatidos temas como o direito à autodeterminação e a amnistia dos dirigentes catalães presos. As negociações, contudo, podem durar vários meses.
“A proposta da parte catalã passa pelo direito a exercer a autodeterminação, pelo fim da repressão através de uma lei de amnistia e também vamos pôr em cima da mesa a necessidade de um mediador como garantia de tudo o que se for chegando a acordo nesta mesa”, explicou a porta-voz do governo catalão Meritxell Budó.