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Rangers 2 – 0 FC Porto | Trambolhão em Glasgow e no grupo

José Coelho / Lusa

O FC Porto complicou a vida no Grupo G da Liga Europa. A formação portuguesa foi a Glasgow à procura da vitória frente ao Rangers, mas saiu vergada a uma derrota por 2-0.

No jogo, o FC Porto surgiu num esquema de três centrais e apenas foi superior no primeiro quarto-de-hora da etapa inicial, deixando-se, aos poucos, enredar no futebol mais musculado e de luta dos anfitriões.

Os golos surgiram no segundo tempo e deixam os portistas no último lugar do grupo, ainda que a três pontos dos dois primeiros.

O jogo explicado em números

  • Excelente entrada do FC Porto, “mandão”, pressionante e a estar perto de marcar aos oito minutos, quando Pepe desviou um canto ao primeiro poste e Glen Kamara afastou a bola em cima da linha de golo.
  • O primeiro quarto-de-hora chegou com os “dragões” a liderarem na posse de bola (54%) e nos remates, com quatro, um deles enquadrado, enquanto os escoceses ainda não haviam tentado alvejar a baliza portista.
  • Quando o jogo chegou à meia-hora, a tendência já se havia alterado um pouco. O Rangers começou a ter mais bola e atingiu os 53% de posse, para além de dois remates, embora sem acertar na baliza. Os homens da casa começavam a recuperar a bola em zonas mais adiantadas e a colocá-la com velocidade junto da baliza de Marchesín.
  • Com esta melhoria escocesa, não espantava que por esta altura Alex Telles começasse a dar nas vistas defensivamente, com três desarmes e quatro recuperações de posse, enquanto na frente registava um passe para finalização e um cruzamento eficaz. Mas até ao intervalo, a partida como que “congelou”, sem grandes ocasiões ou mudança de toada.
  • Jogo complicado para o Porto em Glasgow. Os portugueses começaram melhor a partida, dispuseram das melhores jogadas de perigo, mas aos poucos a grande combatividade dos homens da casa acabou por ditar um domínio territorial dos escoceses, embora por margem curta (52% de posse). O nulo reflecte a fraca qualidade ofensiva das duas equipas, com o Porto a fazer o único remate enquadrado e as duas formações a não irem além de 0,2 xG (Expected Goals) cada. O melhor em campo nesta fase era Pepe. O central português registava um GoalPoint Rating de 6.1, dono do único remate enquadrado da partida e que quase deu golo, 95% de passes certos e dois desarmes.
  • Arranque incaracterístico do segundo tempo, com muita luta e pouco futebol. Os escoceses reentraram melhor e chegaram à hora de jogo com 60% de posse de bola no segundo tempo e os primeiros dois remates, um deles enquadrado, o seu primeiro no jogo. Os portistas atacavam pouco, mas quando o faziam, privilegiavam quase sempre o flanco direito (83% das vezes). E somavam somente duas acções com bola na área contrária.
  • O Rangers estava mais perto de marcar e o golo acabou por surgir aos 69 minutos, por Alfredo Morelos, o mesmo atacante que havia marcado no Estádio do Dragão. Cruzamento da direita de Ryan Jack e o colombiano atirou a contar. Ao sétimo remate, segundo enquadrado, os anfitriões marcavam. E aos 73, novo golo.
  • Jogada pela esquerda, Morelos desta vez a assistir, Steven Davis a rematar e a bola a desviar em Marcano, traindo o guardião portista. Vida muito difícil para o Porto, que “congelou” com o primeiro golo e não mostrava forma de reagir.
  • Os “dragões” continuavam, aos 75 minutos, apenas com dois remates no segundo tempo, nenhum com boa direcção, e 44% de posse, não passando dos 76% de eficácia de passe. Em perigo começava a estar o apuramento “azul-e-branco” para os 16 avos-de-final.
  • O Porto assumiu mais o jogo nos instantes finais, à procura de tirar ainda algo do jogo, mas nunca mostrou criatividade e ideias para contrariar a boa organização defensiva do Rangers. Assim, o “dragão” caiu para o último lugar do Grupo G, com quatro pontos, os mesmos dos escoceses e menos três que Feyenoord e Young Boys.

O melhor em campo GoalPoint

Não dava para termos MVP do Porto neste jogo. O Rangers foi mais competente nos principais momentos do jogo e acaba por justificar uma vitória construída na segunda parte.

O segundo golo foi da autoria de Steven Davis, médio norte-irlandês que acabou mesmo por ser o melhor em campo. Davis facturou no único remate que fez e ainda contou com a “colaboração” de Marcano, e terminou com um GoalPoint Rating de 6.9, graças, igualmente, a nove recuperações de posse e três desarmes.

Jogadores em foco

  • Alfredo Morelos 6.9 – Atrás de Davies nos ratings por apenas três centésimas, Morelos voltou a fazer estragos frente ao FC Porto, tal como acontecera no Dragão. O atacante colombiano abriu o activo com um belo remate e fez a assistência para o segundo.
  • Alex Telles 6.2 – O melhor do Porto já na primeira parte dava mostras de estar uns furos acima dos colegas de equipa. Mas desta vez não pelo seu contributo ofensivo como é normal, mas sim pelo defensivo. É certo que Telles fez dois passes para finalização, mas foi na retaguarda que brilhou, com três desarmes, seis recuperações de posse e cinco duelos aéreos ganhos nos cinco em que participou.
  • Pepe 6.1 – Foi dos mais esclarecidos do Porto. O central esteve quase a marcar aos oito minutos, mas depois teve de se manter na retaguarda. Terminou com 95% de eficácia de passe, fez dois desarmes e saiu aos 47 minutos, com queixas físicas.
  • Chancel Mbemba 5.9 – O congolês foi titular no esquema portista de três centrais. Para além de dois dribles certos, registou sete recuperações de posse e seis alívios, com destaque ainda para seis passes progressivos eficazes.
  • James Tavernier 6.0 – O lateral inglês do Rangers esteve muito activo. Para além de dois passes para finalização, fez seis cruzamentos (todos sem eficácia), completou duas de quatro tentativas de drible (ambas no último terço) e fez seis alívios.
  • Luis Días 4.4 – O pior rating da noite, apesar de ter jogado quase toda a segunda parte. O extremo colombiano passou ao lado do jogo, tendo realizado apenas um cruzamento (eficaz), um drible (com sucesso) e realizado sete passes (todos certos). Caso para dizer que precisava de mais quantidade para juntar à qualidade do pouco que fez.

Resumo

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