Aumenta para 11 o número de vítimas mortais em protestos no Chile

Um total de 11 pessoas foram mortas desde o início dos violentos protestos no Chile, devido ao aumento do preço de transportes na capital e outros problemas sociais, anunciou hoje a governadora de Santiago do Chile, Karla Rubilar.

“O número de mortos nos últimos dias [de protestos] é de 11. Tivemos três mortes anteontem [sábado] e oito ontem [domingo]”, apontou Rubilar, após ter anunciado no domingo a morte de sete manifestantes.

Cinco pessoas morreram no domingo no incêndio de uma fábrica de confeção de vestuário alvo de pilhagens no norte de Santiago, onde “foram detetados cinco corpos no interior”, disse à imprensa local Diego Velasquez, comandante dos bombeiros de Santiago.

Duas pessoas já tinham perdido a vida na noite de sábado para domingo no incêndio de um supermercado que também estava a ser saqueado por populares no sul da capital.

As manifestações decorrem desde sexta-feira em protesto contra um aumento (entre 800 e 830 pesos, cerca de 1,04 euros) do preço dos bilhetes de metro em Santiago, que possui a rede mais longa (140 quilómetros) e mais moderna da América do sul, e que transporta diariamente cerca de três milhões de passageiros.

O Presidente chilenao, Sebastián Piñera, decretou na sexta-feira o estado de emergência para 15 dias na capital, com sete milhões de habitantes, mas no dia seguinte, no sábado, recuou e suspendeu o aumento.

As manifestações e os confrontos prosseguiram, apesar do recuo do Governo, também devido à degradação das condições sociais e às desigualdades neste país, onde as áreas da saúde e educação estão quase totalmente controladas pelo setor privado.

Dezenas de supermercados, veículos e estações de serviço foram saqueados ou incendiados. Os autocarros e as estações de metro registaram importantes danos.

Os estudantes apelaram a novas manifestações para o dia de hoje. Através de palavras de ordem como “Fim aos abusos” ou “O Chile levantou-se”, difundidas nas redes sociais, o país enfrenta uma das piores crises sociais.

// Lusa

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