O novo Governo italiano, formado pelo Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema) e pelo Partido Democrático (PD, centro-esquerda), tomou posse esta quinta-feira, a partir das 10h00 locais (9h00 em Lisboa), no Palácio do Quirinal, a residência oficial do Presidente da República.
Giuseppe Conte volta a ser primeiro-ministro depois de pouco mais de um ano a chefiar o Governo de coligação do M5E e da Liga (extrema-direita).
O chefe de Governo em funções apresentou esta quarta-feira a sua equipa ministerial ao chefe de Estado, Sergio Mattarella, pondo fim a uma crise política precipitada pela vontade do líder da Liga, Matteo Salvini, de apresentar uma moção de censura ao Governo de que fazia parte e provocar novas eleições.
Do elenco governativo destacam-se o eurodeputado Roberto Gualtieri (do PD) como ministro da Economia e Finanças, o líder do M5E, Luigi Di Maio, como chefe da diplomacia italiana, a independente Luciana Lamorgese com a pasta do Interior e Lorenzo Guerini, do PD, na Defesa.
“Com um programa orientado para o futuro, consagraremos as nossas melhores energias, as nossas competências e a nossa paixão para melhorar a Itália no interesse de todos os cidadãos”, declarou Conte, citado pela agência France-Presse, ao apresentar a sua equipa.
Na terça-feira, o M5E e o PD chegaram a acordo quanto aos 26 pontos de um programa conjunto de Governo. A prioridade é o compromisso de “usar o próximo Orçamento para ajudar o crescimento de uma economia” paralisada, com a promessa de não pôr em risco as finanças públicas, escreve a agência Reuters.
Os termos do acordo destacam ainda a justiça social, propondo-se criar um salário mínimo, evitar uma subida súbita do IVA, prevista para janeiro, e aumentar o investimento em educação, investigação e segurança social.
Itália tem a segunda maior dívida pública na proporção do PIB da União Europeia e o pacto entre os dois partidos apelou a uma maior flexibilidade de Bruxelas para ultrapassar a “rigidez excessiva” das atuais regras orçamentais.
“Este é um momento de valentia, de tentar projetar um país melhor. Este é o momento para um novo humanismo”, rematou Conte.