A farmacêutica Merck está a testar um implante, do tamanho de um fósforo, que pode vir a prevenir a infeção do VIH durante um ano.
Atualmente, as pessoas em risco de contrair o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH) podem optar por tomar uma medicação diária chamada profilaxia pré-exposição (PrEP). Mas, tal como acontece com a pílula anticoncecional, há a possibilidade de se esquecerem de a tomar de forma consistente, tornando-a assim muito menos eficaz.
Agora, de acordo com New York Times, a farmacêutica Merck pensa ter descoberto a solução para este problema: um implante que, durante um ano, fornece de forma gradual a medicação para prevenir a doença, acabando com a necessidade de tomar pílulas diárias.
O implante da empresa alemã não é muito diferente do implante contracetivo já existente no mercado — tem o tamanho aproximado de um fósforo e deve ser colocado sob a pele no braço de uma pessoa.
Segundo o jornal norte-americano, a droga usada no novo implante é o islatravir, também conhecido por EFdA ou MK-8591, um medicamento experimental para o tratamento da infeção por VIH.
Roy D. Baynes, chefe dos serviços médicos da Merck, diz que esta substância tem “alguns atributos notáveis”. É dez vezes mais potente do que qualquer droga anterior, por isso, quantidades pequenas são eficazes, o que diminui o risco de efeitos colaterais.
O medicamento mantém-se no corpo por um tempo relativamente longo — após cinco dias, metade da dose ainda lá continua — então pode ser dado com menos frequência do que outras medicações. Além disso, ao contrário de outros medicamentos, o islatravir é absorvido pelos tecidos anais e genitais, que é onde a maioria das infeções se inicia.
No final de julho, a farmacêutica anunciou os resultados de um teste de Fase 1, que envolveu 12 participantes homens e que durou 12 semanas. A Merck diz que o implante foi “bem tolerado” e eficaz no fornecimento da medicação para prevenir o VIH.
Os especialistas ficaram bastante entusiasmados com os primeiros resultados e acreditam que o potencial deste implante pode vir a revolucionar a longa batalha contra o VIH. Cerca de 75 milhões de pessoas contraíram o vírus e, atualmente, cerca de 1,7 milhões são infetadas por ano.