/

Cientistas estavam enganados. O Tamu Massif não é o maior vulcão do mundo

niksnut / Flickr

O vulcão Mauna Loa

O Mauna Loa, no Havai, conquistou novamente o título de maior vulcão do planeta, depois de um novo estudo sugerir que o antigo “vencedor”, o Tamu Massif, vai ser desqualificado por uma questão técnica. 

Segundo o Science Alert, a análise detalhada do campo magnético sobre o Tamu Massif, situado no noroeste do Oceano Pacífico, sugere que este não é um vulcão-escudo como se pensava anteriormente, mas sim parte de uma cadeia mesoceânica: uma estrutura geológica muito maior, formada à medida que as placas oceânicas se deslocam.

Isto significa que este vulcão perde assim o título alcançado em 2013, quando foi descoberto, de “maior vulcão do mundo”, devido à sua dimensão de 310 mil quilómetros quadrados, quase o tamanho do Novo México. 

“Este é realmente um grande sistema vulcânico, não um único vulcão”, diz o geofísico William Sager, da Universidade de Houston, no Texas, que também liderou o estudo inicial, publicado no Nature Geoscience, sobre a exploração do Tamu Massif. Na altura, o investigador disse estar “incomodado” com algumas questões que ainda não tinham sido respondidas.

No novo estudo, agora publicado na mesma revista científica, Sager e a restante equipa descobriram anomalias magnéticas no fundo do vulcão, sugerindo que o campo magnético da Terra foi invertido pelo menos uma vez durante a sua formação.

Os cientistas analisaram 4,6 milhões de leituras do campo magnético conseguidas por vários navios nos últimos 54 anos. Esses dados estavam ligados a mais leituras magnéticas relacionadas a localizações GPS conseguidas pelo navio de pesquisa Falkor para construir um mapa magnético.

De acordo com o mesmo site, o Tamu Massif ainda se pode contentar com o facto de fazer parte do maior sistema vulcânico do mundo.

“O maior vulcão do mundo é, na verdade, o sistema de cordilheiras no meio do oceano, que se estende por cerca de 65 mil quilómetros à volta do mundo, como pontos de uma bola de beisebol”, diz Sager.

Para além de reclassificar o Tamu Massif, o estudo tem outras implicações importantes relativamente a como os planaltos oceânicos são formados. Antes, acreditava-se que planaltos deste tamanho não poderiam ser produzidos por alastramento do fundo do mar, onde a atividade vulcânica cria uma crosta oceânica, empurrando-a para fora de uma erupção central.

O Tamu Massif veio mostrar o contrário e sugere que as formações do planalto oceânico não são tão semelhantes aos basaltos de inundação continentais – os resultados de erupções vulcânicas na terra – como se pensava anteriormente.

Desta forma, o vulcão Mauna Loa, no Havai, volta a conquistar o título de maior vulcão do planeta.

“A Ciência é um processo e está sempre a mudar. Havia aspectos da primeira investigação que me incomodavam, então propus uma nova viagem e voltei para recolher o novo conjunto de dados magnéticos que levou a este novo resultado”, explica Sager.

“Na Ciência, temos sempre de questionar aquilo que pensamos que sabemos e confirmar e reconfirmar as nossas suposições. No final, trata-se de chegar o mais perto possível da verdade – não importa onde isso nos leve”, conclui.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.