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Escudo “único” com 2.300 anos revela tecnologia perdida da Idade do Ferro

ULAS

Um grupo de arqueólogos da Universidade de Leicester, no Reino Unido, encontrou um escudo “único” e “fenomenal” da Idade do Ferro em Enderby, revelaram os cientistas esta sexta-feira.

O escudo de madeira e casca, que outrora foi pintado de vermelho e adornado uma decoração em xadrez, foi desenterrado em 2015 durante obras para a construção de um restaurante a poucos quilómetros de Leicester.

De acordo com a datação por radio-carbono, o escudo foi construído entre 395 e 255 a.C. A equipa frisou que encontrar restos orgânicos desta idade é um grande feito.

“Trata-se de um objeto absolutamente, uma das mais maravilhosas e importantes descobertas internacionais que encontrei ao longo da minha carreira (…) O ouro faz frequentemente as manchetes, mas este escudo de casca é muito mais raro”, afirma Julia Farley, curadora do Museu Britânico, citada em comunicado.

“Objetos de casca e cestaria eram provavelmente comuns na antiga Grã-Bretanha, mas raramente sobrevivem, portanto, poder estudar esse escudo é um grande privilégio. [O achado] possui um rico acervo de informações sobre a sociedade da Idade do Ferro e as suas práticas artesanais”, acrescentou a especialista.

O objeto, que consistia em casca verde reforçada a partir de dentro com folhas de madeira e cercada por uma borda castanha, representa uma “tecnologia perdida”, aponta Matt Beamish, da Universidade de Leicester, em declarações ao britânico The Telegraph.

“[Esta técnica] não foi encontrada antes, pelo que sabemos, mas presumivelmente foi usada de muitas maneiras” para criar objetos similares, acrescentou.

ULAS

Reconstrução do escudo encontrado

Uma reconstrução do escudo mostrou que combinava o objeto combinava consistência e um peso leve. “Só através da experimentação é que conseguimos perceber que poderia ser duro o suficiente para proteger-se de golpes e de armas de metal“, explicou o arqueólogo Michael Bamforth, da Universidade de York.

“Embora um escudo de casca não seja tão forte como um construído a partir de madeira ou metal, este seria muito mais leve, permitindo a que o usassem muito mais liberdade de movimento”, concluiu o especialista.

O escudo, que agora está preservado na Universidade de York, será depois transferido para o Museu Britânico.

ZAP //

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