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Portugal vs Ucrânia | Campanha arranca com empate

José Sena Goulão / EPA

Portugal começou a defesa do título europeu com um empate em casa. A formação das “quinas” não foi além de um nulo frente à Ucrânia, em jogo do Grupo B de qualificação.

Com destaque para o regresso de Cristiano Ronaldo às opções e para a estreia de Dyego Sousa com a camisola da Selecção, os campeões da Europa dominaram, atacaram muito, registaram um número elevado de remates, cruzamentos e cantos, mas a eficácia ofensiva esteve longe de ser a melhor.

O Jogo explicado em Números

  • Início de jogo algo atabalhoado, com Portugal a querer fazer tudo muito depressa à procura do golo. A partida estava equilibrada à passagem do primeiro quarto-de-hora, com 50% de posse de bola para as duas formações, e Portugal a apresentar apreciáveis 90% de eficácia de passe.
  • O primeiro remate do jogo, e enquadrado, surgiu aos 16 minutos, por Pepe, e no minuto seguinte, William Carvalho marcou, mas o golo foi anulado por fora-de-jogo.
  • Portugal estava a sentir dificuldade para surgir no espaço com bola, e quando o conseguiu, aos 23 minutos, Cristiano Ronaldo testou Andriy Pyatov, repetindo a façanha aos 27.
  • Aliás, à passagem da meia-hora já o guardião ucraniano Pyatov se começava a destacar nos ratings, com 6.5, fruto de duas defesas, ambas a remates na sua grande área. O melhor de Portugal era Raphäel Guerreiro, com 6.1, dono de um passe para finalização e dois dribles completos em duas tentativas.
  • A falta de espaços e a forma recuada de se posicionar da equipa ucraniana impedia Portugal de colocar velocidade no ataque. Assim, pelos 40 minutos, Portugal registava somente dois remates enquadrados em seis, sendo que ambos foram de Ronaldo, autor de metade dos disparos lusos.
  • O jogo chegou ao descanso sem golos, apesar do domínio de Portugal em termos de posse de bola, eficácia de passe, número de remates, cruzamentos de bola corrida (17) e cantos (nada menos que nove). Os campeões europeus estavam melhor, mas o posicionamento recuado da Ucrânia sem bola causava problemas para encontrar espaços e André Silva era presa fácil entre os fortes defesas-centrais contrários. O melhor ao intervalo era Raphäel Guerreiro.
  • O lateral português somava quatro passes para finalização, dois drible eficazes, 93% de eficácia de passe e um GoalPoint Rating de 6.8.
  • Portugal entrou a pressionar bastante na segunda parte e André Silva, aos 57 minutos, obrigou Pyatov a grande defesa, com um remate à entrada da área. À passagem da hora de jogo, a formação das “quinas” registava 57% de posse e dois remates, ambos enquadrados, e 93% de eficácia de passe. Os homens de Leste praticamente não saíam do seu meio-campo.
  • Por volta dos 70 minutos, a Ucrânia registava apenas uma acção com bola na grande área portuguesa desde o intervalo, por Roman Yaremchuk, num lance perfeitamente inofensivo. Do outro lado, a formação lusa continuava a sentir dificuldades na grande área, entrando Dyego Sousa para o lugar de André Silva. O avançado do Sporting de Brava estreava-se assim pela selecção lusa.
  • À entrada para os últimos dez minutos, Portugal registava 17 cantos contra somente um da Ucrânia, sendo que os visitantes não apresentavam qualquer remate no segundo tempo. Ronaldo já somava seis remates, dois enquadrados, e Pyatov quatro defesas, todas a remates na sua grande área. A pressão era intensa.
  • Num lance de contra-ataque, aos 85 minutos, os ucranianos quase marcaram, no segundo disparo que fizeram no segundo tempo, por Yevhen Konoplyanka, que obrigou Rui Patrício a grande defesa. Na recarga, Moraes viu um defesa portuguesa interceptar-lhe o remate, que era de golo.
  • Até final só deu Portugal, mas a eficácia ofensiva não era a melhor e pela frente tinha um guarda-redes inspirado. Os 18 remates, seis deles enquadrados, não foram suficientes para fazer funcionar o marcador.

O Homem do Jogo

A pressão intensa de Portugal esbarrou em dois problemas: a ineficácia ofensiva e a inspiração do guarda-redes ucraniano. Andriy Pyatov, guardião do Shakhtar Donetsk, foi o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 8.7, muito elevado para qualquer “homem das luvas”, em qualquer competição. Pyatov somou seis defesas, cinco delas a remates na sua grande área, quatro seguras e uma a remate a um dos ângulos superiores da sua baliza. E ainda terminou com três saídas pelo ar eficazes e duas saídas a soco.

Jogadores em foco

  • Raphäel Guerreiro 7.4 – Tal como na primeira parte, o melhor de Portugal foi o esquerdino do Dortmund. Guerreiro somou nada menos que cinco passes para finalização, máximo da partida, fez seis cruzamentos (um eficaz), e completou duas de três tentativas de drible. E ainda realizou três desarmes.
  • Pepe 7.2 – O defesa do Porto foi o primeiro a rematar, mas a sua importância acabou por se revelar na retaguarda. Para além de ter completado 81 de 85 passes, Pepe somou o número máximo de acções com bola (106), ganhou os quatro duelos aéreos em que participou, recuperou dez vezes a posse de bola e registou 12 acções defensivas, entre elas cinco intercepções e dois cortes decisivos.
  • João Cancelo 6.7 – Bom jogo do lateral da Juventus, a defender e a apoiar o ataque. Cancelo fez 11 cruzamentos, máximo do jogo, embora só um eficaz, somou 104 acções com bola e 15 acções defensivas, com destaque para os seis desarmes, também máximo da partida.
  • William Carvalho 6.6 – Excelente no passe, a comandar as mudanças de flanco do jogo ofensivo, o jogador do Bétis teve êxito em 62 dos 67 passes que tentou, inclusive dez de 12 longos, quatro para o último terço do terreno. William esteve muito discreto a nível defensivo, sem qualquer acção nesses momentos, mas conseguiu ainda realizar dois passes para finalização.
  • Dyego Sousa 5.0 – O ponta-de-lança do Braga entrou aos 73 para estrear-se pela Selecção e dar presença e capacidade física ao ataque de Portugal na área contrária. Ainda conseguiu dois remates, um enquadrado e algo perigoso, mas não conseguiu fazer a diferença.

Resumo

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