Os efeitos negativos da poluição atmosférica, sonora e das grandes variações de temperatura afetam mais as populações mais vulneráveis: idosos, crianças, doentes e os mais pobres, segundo um estudo da Agência Europeia do Ambiente.
No documento, divulgado em Bruxelas, apontam-se os grupos de população com menos rendimentos ou com menos habilitações como mais sujeitos aos riscos para a saúde colocados pelos problemas ambientais e pelas variações extremas de temperatura.
“Em muitos países europeus, a exposição desproporcionada dos grupos socioeconómicos mais baixos à poluição atmosférica, sonora ou às altas temperaturas acontece em áreas urbanas“, refere-se no documento.
Em países da Europa de leste, como a Polónia, Hungria, Roménia ou Bulgária, ou em nações do sul como Portugal, Itália, Espanha ou Grécia, com taxas de desemprego mais elevadas e menos escolarização, as populações estão mais expostas a poluentes como poeiras, fumos ou pólenes e ozono.
De 33 países analisados, Portugal está nos lugares de cima no que toca ao número de lares que não se conseguem aquecer durante o inverno, uma lista liderada pela Bulgária e Lituânia em que Portugal surge no quinto lugar. Por outro lado, Portugal é o segundo país onde mais pessoas vivem em casas sem conforto térmico no Verão: cerca de 40% da população, só atrás da Bulgária.
“De um modo geral, quanto mais pobre se é na Europa, maiores os riscos de viver numa zona com má qualidade do ar”, afirmou o diretor da agência, Hans Bruyninckx na apresentação do relatório.
“As políticas da União Europeia não exigem claramente ações específicas por parte dos Estados membros para reduzir as desigualdades na exposição aos riscos”, assinalam os autores do relatório.
// Lusa