Uma equipa de cientistas detetou sílica – o principal componente do vidro – nos vestígios de duas supernovas localizadas a milhões de anos-luz da Terra. A descoberta contou com a ajuda do Teslescópio Espacial Spitzer da NASA.
“Cada vez que olhamos através de uma janela, andamos sobre uma calçada ou pisamos uma praia de areia, estamos a interagir com material que se originou numa explosão estelar que se deu há milhões de anos”, explicaram os cientistas no artigo citado pela AFP.
Tal como nota a agência noticiosa, em causa está o material conhecido como sílica, que constitui cerca de 60% da crosta terrestre e, cuja forma particular, o quartzo é ainda um componente importante da areia. Recorrendo ao telescópio Spitzer, os encontraram sílica nos restos de duas supernovas, localizadas a milhões de anos-luz da Terra.
As supernovas surgem quando certos tipos de estrelas moribundas explodem e, nestes “turbilhões celestes” os átomos fundem-se para formar muitos elementos comuns, como enxofre e cálcio, explicaram ainda os autores do estudo.
“Demonstramos pela primeira vez que a sílica produzida pelas supernovas foi, na verdade, suficiente para contribuir para a poeira de todo o Universo, incluindo a poeira que finalmente se juntou para formar o nosso planeta”, explicou Haley Gomez, especialista da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Cardiff e coautora da investigação.
O estudo foi agora publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
ZAP // RT