O banqueiro e sócio do Sporting afirmou, esta quinta-feira, que a SAD leonina corre risco de insolvência, caso a crise institucional que atravessa continue a arrastar-se.
“O Sporting corre o risco de não ter liquidez para fazer face aos seus compromissos nesta atual situação, que se vai arrastar”, afirmou José Maria Ricciardi à CMTV.
Comentando a suspensão de Bruno de Carvalho decretada, na quarta-feira, pela Comissão de Fiscalização designada pela Mesa da Assembleia Geral (MAG) e logo contestada pelo próprio presidente do Conselho Diretivo e pela comissão transitória da MAG por si nomeada, Ricciardi diz que não vê um fim à vista e considera que “vai haver danos irreversíveis”.
“Vamos assistir a uma nova ida para os tribunais (…). Tudo isto se vai arrastar e amanhã vamos assistir a novas rescisões do plantel do Sporting e o clube ficará em situação financeira cada vez mais difícil”, afirmou o antigo membro do Conselho Leonino, que apoiou Bruno de Carvalho no seu primeiro mandato e que agora defende a sua saída.
Na opinião de Ricciardi, “se as coisas tivessem corrido normalmente, se o Sporting tivesse ido à Liga dos Campeões, se não houvesse estas rescisões, o Sporting tinha um plantel valiosíssimo”.
“Iríamos fazer uma nova emissão de obrigações, o Sporting estava a negociar uma recompra de VMOC [valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis] por um valor muito baixo, o que iria diminuir ainda mais o passivo. Como há muitos jogadores da formação que estão por zero no ativo, quer dizer que a situação líquida da SAD iria ser ainda maior”.
Ricciardi vê posta em risco a possibilidade de revender todo o passivo do Sporting a uma terceira entidade bancária, que o iria comprar por um valor mais baixo, contribuindo também para “uma situação líquida muito mais forte”.
“Bruno de Carvalho, nos últimos meses, deitou tudo a perder. De tal maneira que pergunto como vai ser possível reerguer uma SAD que está a levar um rombo de centenas de milhões de euros”, sublinhou.
Ricciardi acrescentou que “as pessoas não estão a perceber as consequências a nível social e político que pode ter uma situação de insolvência da SAD do Sporting, que é a mola de qualquer clube”.
“Estão a subestimar e acho inaceitável que se vá arrastando penosamente perante a passividade de todas as autoridades. Podem perguntar: ‘o que é que podem fazer?’. Não sei, mas se fosse em Inglaterra, na Alemanha, em França ou Espanha, uma situação como esta que se passou, nomeadamente o que aconteceu em Alcochete, já estava resolvida. Este arrastamento que se vai continuar a verificar (…) é muito perigoso, e estamos numa situação limite”, completou.
// Lusa
Nem sei mesmo se neste preciso momento já não estará falida. Os ativos perdidos (jogadores que apresentaram a rescisão) terão de ser riscados do ativo da sociedade em contrapartida dos capitais próprios. Logo um abate de 140 a 160 milhões de euros nos capitais próprios provavelmente já deixará o Sporting ao abrigo do Art. 35º do CSC e muito provavelmente até com uma situação líquida negativa.
Espero que se tal acontecer, que abram falência e não venha novamente o estado assumir os calotes para os contribuintes pagarem. Já chegam as centenas de milhões que o Benfica entregou à Parvalorem.