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Eletrocardiograma já consegue identificar pessoas e até emoções

U.S. Pacific Fleet / Flickr

Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro desenvolveu um método capaz de identificar, através de um eletrocardiograma, a pessoa e a emoção sentida durante o registo.

Através de um simples eletrocardiograma (ECG) já é possível descobrir a quem pertence o respetivo coração e as eventuais emoções sentidas durante o registo.

De acordo com a equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA), este trabalho pretende ser uma preciosa ajuda no diagnóstico e tratamento de distúrbios mentais e ainda ajudar nas perícias criminais, especialmente na hora de interrogar suspeitos e testemunhas.

O ECG avalia o sinal elétrico emitido pelo nosso coração, sinal esse que contém informação muito variada, desde informação clínica até informação individual, como é o caso dos padrões de resposta a estímulos emocionais.

“Os registos de ECG de diferentes pessoas contêm informação semelhante, sendo essa informação a que é analisada e extraída pelo médico, de forma a avaliar a nossa condição de saúde”, explica Susana Brás, investigadora do Instituto de Engenharia Eletrónica e Informática de Aveiro da UA e coordenadora do trabalho, numa nota de imprensa.

No entanto, não há nenhum coração igual ao nosso, pelo que a informação pessoal imprime “uma chave inequívoca no ECG“, permitindo que a pessoa seja assim identificada.

Em relação às emoções, “estas desempenham uma importante função de coordenação com o nosso meio ambiente, mobilizando o organismo para um conjunto de ações sincronizadas que visam promover funções adaptativas como fugir de uma situação de perigo, no caso da emoção de medo”, diz a especialista.

Entre estas ações, destacam-se as biológicas que se refletem no ECG, permitindo a identificação da emoção experimentada pela pessoa.

Já existiam estudos sobre a identificação biométrica usando ECG e outros que o usavam para identificar emoções. No entanto, o trabalho da UA apresenta, pela primeira vez, um método capaz de identificar ambas as situações (quer a pessoa, quer a sua emoção) ao mesmo tempo.

“O método usado neste trabalho compara registos, isto é, tendo uma base de dados com vários registos, quando recebe um novo registo de ECG compara-o com os que conhece da base de dados. A identificação da pessoa e da emoção tem como base a maior medida de semelhança”, revela Susana Brás.

O trabalho surge da colaboração entre duas unidades orgânicas da UA, o Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática e o Departamento de Educação e Psicologia, e das unidades de investigação IEETA e Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (CINTESIS).

ZAP // Lusa

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