Mais de um quarto dos abortos espontâneos ocorridos pela primeira vez poderia ser prevenido se se verificassem mudanças no estilo de vida, indica uma pesquisa realizada na Dinamarca.
Os cientistas da Universidade de Copenhaga, na Dinamarca, constataram que mulheres a partir de 30 anos que consumiam álcool com frequência e trabalhavam à noite durante a gravidez tinham maiores possibilidades de sofrer abortos espontâneos.
O estudo, divulgado pela BBC, analisou 91.247 mulheres, disse ainda que levantar mais de 20 kg por dia durante a gestação e estar abaixo ou acima do peso ideal também aumenta o risco de aborto espontâneo.
O aborto espontâneo atinge milhares de mulheres em todo o mundo.
Prevenção
Os investigadores concluíram que apenas uma redução dos factores de risco poderia prevenir os abortos espontâneos.
O estudo foi publicado na revista científica International Journal of Obstetrics and Gynaecology.
“A principal mensagem da nossa pesquisa é a de que os abortos naturais podem ser prevenidos”, diz Anne-Marie Nybo Andersen, investigadora-sénior da Universidade de Copenhaga.
Segundo a cientista, a pesquisa mostra a relativa importância do estilo de vida na incidência de um aborto natural, em detrimento de factores específicos, como a ingestão de determinados medicamentos.
Andersen afirma que, como as descobertas vieram da análise de uma população, estas podem ser aproveitadas por grupos diversos – desde casais a pessoas responsáveis pelas políticas de maternidade, regulações trabalhistas e apoio a gravidez precoce.
“Toda a gente, jovens homens e mulheres, assim como aqueles que têm responsabilidades políticas, devem ter em mente que a gravidez acima dos 30 anos implica um risco elevado de aborto natural”, acrescenta.
Recomendação médica
O estudo analisou gravidezes ocorridas na Dinamarca entre 1996 e 2002. Os investigadores constataram que 3,5% das mulheres sofreram aborto espontâneo.
Os cientistas analisaram possíveis ligações entre os abortos naturais e o estilo de vida das grávidas ao recolher dados através de entrevistas telefónicas feitas pelo computador.
“Este estudo é muito interessante em termos de abrangência da população”, afirmou Caroline Overton, porta-voz da Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, associação britânica que reúne profissionais da ginecologia e obstetrícia.
Segundo Caroline Overton, mulheres que queiram engravidar devem ter uma dieta equilibrada, assegurar que não estão “muito magras” ou “com excesso de peso”, parar de fumar e pedir aos seus parceiros para fazerem o mesmo.
ZAP / BBC