Um oficial de justiça do Tribunal de Loulé foi detido, na segunda-feira, por suspeitas de verder informações privilegiadas sobre processos de execução de imóveis ao proprietário de um stand automóvel.
O esquema, desmantelado pela Polícia Judiciária de Faro, permitiria aos envolvidos obter lucros com processos de execução de imóveis a que o funcionário judicial tinha acesso.
“Há suspeitas de que o funcionário judicial, em colaboração com o referido empresário, tenha fornecido a interessados informações privilegiadas, a que tinha acesso pelas suas funções, sobre propostas de aquisição de imóveis feitas em processos de execução que corriam termos no tribunal, cobrando por cada informação quantias de cerca de 2.000 euros“, salienta o Departamento de Investigação e Acção Penal de Faro, num comunicado citado pelo jornal Público.
Assim, os suspeitos conseguiam saber quanto é que os interessados na compra estavam a oferecer pelos imóveis, ganhando vantagem para avançar com ofertas melhores. Depois, os imóveis comprados eram colocados à venda a valores mais elevados.
No âmbito da “Operação Iryna”, o nome de código dado a esta investigação, a PJ procedeu a mais quatro detenções, nomeadamente do dono de um stand de automóveis.
Estão em causa crimes de corrupção, burla qualificada, falsificação, fraude na obtenção de crédito bancário e branqueamento de capitais.
Além do esquema com o funcionário judicial, o proprietário do stand lideraria outra “rede” que passava por enganar Bancos e instituições de crédito na obtenção de empréstimos e que terá lesado os envolvidos em um milhão de euros.
O processo desenrolava-se na solicitação de créditos para a compra de automóveis para abate ou já desmontados, propriedades do dono do stand, por parte de indivíduos que apresentavam declarações de IRS falsas para atestar que tinham rendimentos para pagar os empréstimos, relata o Público.
Depois, não pagavam os créditos e quando os Bancos tentavam cobrar as dívidas, já não havia sinal dos veículos.
ZAP