Os “workaholics” não sentem prazer quando trabalham

Aquela ideia de paixão constante pelo emprego… Estudo liga o vício a emoções negativas (ou a ausência de emoções).

Muitas pessoas pensam que os viciados no trabalho, os denominados workaholics, trabalham porque precisam mas também porque gostam.

No entanto, se experimentarmos falar com essas pessoas, podemos descobrir que o gosto não está lá. Se calhar, às vezes nem precisamos de sair do nosso emprego.

Um estudo recente mostra que esses viciados no trabalho não sentem prazer enquanto trabalham.

A análise, publicada no Journal of Occupational Health Psychology, liga este vício a emoções negativas, ou a ausência de emoções – o factor emocional tem sido pouco estudado.

Ao longo de três dias participaram 139 pessoas, todas administrativas e todas trabalhadoras a tempo inteiro. Cada participante relatou a sua carga em cada 90 minutos, todos os dias.

A modelagem multinível, um teste psicológico, foi usada para investigar a relação entre o vício no trabalho e o prazer enquanto se trabalha.

Foram analisados também o humor de cada um e a sua percepção da própria carga de trabalho.

E, como os próprios autores esperavam, o estudo mostrou menor prazer nos participantes mais viciados no trabalho. Quem trabalha menos, é mais feliz.

Os viciados mantinham consistentemente um humor mais negativo ao longo do dia; sem grandes variações ao longo do dia.

Os cientistas acreditam que esta falta de variação está relacionada com uma incapacidade de sentir emoções em situações que, pela sua natureza, deveriam provocar essas emoções.

E também apresentou resultados mais preocupantes em mulheres viciadas no trabalho em comparação com homens.

Para o professor Cristian Balducci, líder da equipa de investigação, estes resultados contradizem a sabedoria popular que defende que os trabalhadores compulsivos gostam de trabalhar sem parar, destaca a Forbes.

“Não parece ser verdade que pessoas viciadas em trabalho tenham mais prazer enquanto trabalham; pelo contrário, os resultados parecem confirmar que, como em outras formas de adição comportamental e substancial, a euforia inicial dá lugar a um estado emocional negativo que invade a pessoa mesmo enquanto trabalha“, resumiu o italiano.

ZAP //

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