O professor universitário Daniel Cardoso pôs o país a discutir se é ou não uma violência obrigar as crianças a beijar os avós. Uma posição que é defendida por inúmeros especialistas e que nem sequer é novidade, mas que gerou grande polémica nas redes sociais, levando até a GNR a brincar com o assunto.
Daniel Cardoso, professor universitário da Universidade Lusófona, na área da Comunicação e da Sexologia, e na Universidade Nova de Lisboa, causou polémica quando no programa “Prós & Contras” da RTP1, em torno do movimento #Metoo, afirmou que quando “a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho” é uma forma de “educar para a violência sobre o corpo do outro e da outra desde crianças”.
A ideia causou polémica, gerando uma onda de críticas contra o professor de 32 anos, cuja tese de mestrado versou sobre o poliamor, de que é defensor e praticante.
Todavia, há muitos especialistas que defendem que não se deve obrigar uma criança a beijar ninguém. E o assunto nem sequer é novo ou assim tão controverso, havendo uma certa unanimidade entre quem lida com a temática infantil de que é preciso respeitar a vontade da criança.
“Quando forçamos as crianças a submeterem-se a afectos indesejados, para não ofender um familiar ou magoar os sentimentos de um amigo, ensinamos-lhes que os seus corpos não lhes pertencem de facto, porque têm que pôr de lado os seus próprios sentimentos sobre o que parece certo para elas”, explicava à CNN, num artigo que data de 2012, a co-fundadora da organização sem fins lucrativos Kidpower Teenpower Fullpower International, dedicada à formação de crianças em segurança pessoal e em prevenção contra a violência.
“Isto leva as crianças a serem abusadas sexualmente, jovens adolescentes a submeterem-se a comportamentos sexuais para que ‘ele goste de mim'”, dizia ainda Irene van der Zande à CNN, sublinhando que as “boas maneiras” e tratar os outros “com respeito e cuidado” não tem nada a ver com “exigir demonstrações físicas de afecto”.
Boas maneiras vs direitos da criança
Seis anos depois, a psicóloga Patrícia Dâmaso concorda, destacando em declarações ao Diário de Notícias (DN), no âmbito da polémica levantada por Daniel Cardoso, que se deve “respeitar a vontade da criança em não querer cumprimentar com beijinhos”. “Mas isso não pressupõe que os pais sejam agressores ao insistirem”, sublinha.
“O que é mais correcto em termos de liberdade e protecção da auto-determinação na criança, é respeitar e modelar o seu comportamento de acordo com o que são os códigos familiares”, acrescenta, por seu turno, também em declarações ao DN, a pedopsiquiatra Paula Oliveira, do serviço de psiquiatria da infância e da adolescência do hospital de Beatriz Ângelo, em Loures.
Entre o ensinar a boa educação, nomeadamente para com os familiares, e o respeitar da vontade da criança, tem que haver “bom senso”, destaca ainda Patrícia Dâmaso.
A pedopsiquiatra Ana Vasconcelos considera que as argumentações de Daniel Cardoso têm razões de ser, mas que o professor universitário não se expressou da forma mais correcta. “Como pedopsiquiatra, considero que não se pode, na qualidade de um professor universitário, infantilizar a linguagem e generalizar conceitos que envolvem as características infantis quando se fala, na televisão”, uma vez que isso pode criar “mal entendidos e equívocos em relação a assuntos tão importantes como a expressão dos afectos”, considera Ana Vasconcelos no DN.
Esta especialista também aponta que uma criança que é obrigada a beijar um familiar “pode sentir-se violentada na sua liberdade de dar afecto a quem quer”. Mas “não é traumático, na maior parte dos casos”, repara a pedopsiquiatra Paula Oliveira.
Contudo, “se uma criança não estiver bem, se já houver ali outro tipo de situações, de problemas, de sintomas e se, sistematicamente, perante uma determinada pessoa a criança ficar crispada, tensa”, pode ser um sinal de que algo mais grave se passa, acrescenta aquela especialista.
A importância de respeitar um não
Após a polémica, Daniel Cardoso veio defender o seu argumento, em entrevista ao DN, evidenciando a importância do “respeito” nas interacções humanas. “Se ensinarmos às crianças que não se respeita um não e que pela utilização da violência ou da coerção ultrapassamos este não, estamos a dar um exemplo”, nota, sublinhando que “é um exemplo que elas vão levar ao longo da vida toda”. “E esse exemplo diz que se tiveres poder suficiente, podes passar por cima do não do outro”, conclui.
Pelas redes sociais, o professor universitário continua a ser alvo de muitas críticas. Mas há também quem opte por abordar o assunto de uma forma mais leve, como é o caso da GNR, que publicou no seu perfil do Facebook uma fotografia de uma criança a beijar um militar com a legenda “Bom dia, avô! Bom serviço!“.
Por outro lado, os idosos do Centro Comunitário da Gafanha do Carmo, em Aveiro, decidiram encarar a polémica com bom humor, publicando no YouTube um vídeo intitulado “O terror dos beijos dos avós“.
Na verdade a criança é forçada a um ato físico de amor que não quer. As crianças devem ser contrariadas quando está em causa a sua segurança, quando fazem asneira ou quando exigem o que é difícil e não quando utilizam os seus direitos de escolha emocional. Penso que é um tema com pano para mangas.
Quando as minhas netas vêm a minha casa, não lhes são impostas “obrigações” de darem um beijo ao avô (infelizmente já não possuem avó mas era a mesma coisa). ou à tia. São espontâneas nas suas atitudes e nunca lhes foi ensinado que têm “obrigação” de dar um beijo a quem quer que seja. Mas a anormalidade desta questão, vinda de um “professor” universitário que até compreendo pelas suas conotações políticas e sexuais, resume-se apenas no que uma criança de 3, 4, 5… anos pode ter “consciência” dos seus “direitos de escolha emocional”? Será que já nasceram todas com um QI 130? Será que no útero materno, lhes foi implantado um micro-chip de inteligência artificial e que, ao nascerem, já sabem quais são os seus direitos, as suas escolhas, a quem ou não devem beijar, respeitar? E até já sabem de cor, toda a matéria escolar até ao 12º ano? Esta gente devia emigrar para outra galáxia…
Totalmente de acordo, parabens pela exposicao!
Esses pseudo educadores devem ter tido falta de amor em crianças
E o problema da nossa sociedade é estarmos a ser governados por gente sem amor ao próximo so falam em direitos sem deveres
Este Parasita professor universitário Daniel Cardoso, devia ir a Mer…Parece um Pane…
No meu tempo de Salazar era proibido falar de homossexuais, qualquer dia vai ser obrigatório.
Antes que isto acontece vou-me por na Alheta.
Boa resposta a este cretino universitátrio.
“No meu tempo de Salazar era proibido falar de homossexuais” Pois é, Salazar só queria que as pessoas soubessem ler o catecismo,por isso incutir o medo, manter as pessoas na ignorância/obscurantismo dá muito jeito para poder dominar o outro, isso está comprovado na fraca cultura geral do povo português…
Não gostas do povo Português?
Podes sempre imigrar para a Venezuela, ou qualquer outro País a gosto
O Sr. faz que não compreendeu a minha apreciação! Ao pugnar por uma melhor cultura geral para o povo português, não tem nada a ver com gostar ou não dos portugueses! Posso dizer-lhe que gosto dos portugueses e também gosto bastante do nosso Portugal, o qual conheço bastante bem, por isso gostaria que os nossos governantes investissem muito mais na Educação/formação… Mas o que, mais, interessa promover: futebol, fátima,casa dos segredos/degredos, etc. por isso digo que a ignorância/obscurantismo interessa a muita gente… Quanto ao conselho que me dá! já não tenho idade para emigrar, já passei as passas do Algarve e comi o pão que o diabo amassou, por isso não gostaria que os meus concidadãos viessem a passar as necessidades que já passei…
e dois panascas criarem um filho e dizerem-lhe eu sou o pai e aquele é a tua mãe isso não é VIOLÊNCIA????????????????????????????
Não tanta como o casal, homem e mulher, que punha a filha dentro do curral dos porcos e aí a deixou durante anos a fio. É esta a sua ideia de amor parental? A ideia de que os filhos são uma propriedade e de que os pais têm o direito de lhes fazer o que quiserem vem do fascismo, e antes disso, da Lex Romana do pater familias. Esta aberração salazarista/estalinista é o que você defende.
A sua resposta é uma nulidade. Primeiro a velha tática de justificar uma coisa má, dando um exemplo de outra pior. É o tradicional “nivelar por baixo” tão à boa maneira portuguesa, e uma das razões pelas quais o nosso país nunca passa da cepa torta, venha o dinheiro que vier e haja as condições vantajosas que houver. É o nacional miserabilismo. Está a discutir-se algo que não está bem mas arruma-se logo a questão lembrando que há coisas mais graves, por isso o que está, até nem está tão mal assim.
Depois a tentativa redutora de recorrer à caricatura ideológica para tentar criar bodes espiatórios. A culpa é do Fascismo, do Comunismo, dos ditadores da história. Enfim… Só bacoradas. Basta olhar à volta no mundo natural e perceber que qualquer cria de qualquer mamífero, ou faz o que o Pai manda ou leva nos cornos. Mas o ser humano claro, à boa maneira das tradições judaico-cristãs (e não só), auto-denomina-se superior às outras espécies, sendo que a única coisa que ele faz melhor é destruir o planeta e avançar inexorávelmente para a auto-destruição, em todas as civilizações ao longo da história. Mesmo assim, acham sempre que estão muito à frente das outras espécies e até já há intelectuais de merd@ que dizem que ter dois pais masculinos é muito menos grave do que obrigar a cumprimentar os avós com dois beijinhos. Como se o puto agora é que soubesse o que é bom pra ele e tivesse voto na matéria pra mandar no que quer que fosse. Enfim…
Eu já estou como Humberto Eco: A Internet em geral e as redes sociais em particular, só vieram foi dar voz aos imbecis e mentecaptos, que de outra forma nunca se fariam ouvir fora das conversas de tasca à hora do fecho, ou fora dos bares de deboche do Príncipe Real.
Ótimo comentário. Eu não diria melhor.
Entretanto, fico um tanto preocupado pela postura de alguém que supostamente, pela seu nível de educação, deveria ter uma visão menos grosseira ou menos desfasada da realidade.
Provavelmente, não passa de um pobre troglodita, que por coincidência desempenha as funções de professor universitário. Coitados dos alunos.
Here, here…
Completamente de acordo
Poliasneiradas?…
Já estou a ver… crianças que são obrigadas a beijar a avó, ficam tão traumatizadas que anos mais tarde a matam á cacetada.
É evidente que as vontades das crianças devem ser respeitadas, mas haja bom senso. As mais mal educadas (literalmente) que tenho visto, são as quem lhes deixam fazer tudo o que querem, incluindo o que não devem.
O que irrita no tipo que deu esta opinião, que vale o que cale, foi a sua arrogância, batendo na testa com desdém, tratando os que não “entendiam” o seu ponto de vista, como pobres atrasados.
Ele foi perfeitamente claro e isento na mensagem que transmitiu. Não houve qualquer arrogância. Só vê arrogância quem não é capaz de pensar por si mesmo e se refugia na falsa moralidade dos “valores familiares”. Não há “valores familiares”. Há valores humanos. No fascismo e no estalinismo é que sacrificavam o indivíduo ao colectivo.
Vai ao médico que isso passa.
Não vês que estás doente o Zé?
Porque não te curas e te calas? Olha que isso pega-se.
Vai ao médico vai.
polemicas existem sempre e acerca de tudo.Sou avô e desde que o sou tenho dedicado parte da minha vida a ajudar a cuidar dos dois netos que tenho.A minha mulher tambem)Respeito os conceitos e atitudes dos outros muito mais de quem é prof catedratico.Há um elemento que nunca deveria ser descurado,a cultura e o modo de educar nuclear,isto é a familia.O meu neto (13 anos),não gosta de beijos ok dou-lhe abraços e nada de anormal. A minha neta adora beijinho mas as vezes nega ok não há nesse momento.Quantas vezes chega junto de mim com tantos mimos e sem beijos.Etc etc.Hoje vivemos infelizmente em todos os dominios da nossa atuação uma vida de espetaculo e procura de protagonismo, o que no meu entender chega por vezes longe de mais.OPINIÃO
Ainda se fala deste atrasado mental com cara de tarado ou serial killer? Dasss. Espero que esta personagem sinistra tenha sido impedido de dar aulas e que tenha sido despedido com justa causa. Aliás nem se compreende como tenha conseguido ingressar na carreira universitária, tamanha a sua disfunção de personalidade. Eu como empresário, não o empregava nem para passear o pastor alemão, coitado do cão.
Que grande idiota, a que propósito deram voz a este anormal? Ainda por cima somos nós todos que lhe pagamos o salário que também lhe permite dedicar-se ao poliamor…
Já fui criança , já dei beijos a quem não queria, nunca tive problemas psicológicos, será que sou uma ave rara? Quando fazia asneiras apanhava mesmo quando me aleijava e quando a minha mãe me dizia para não o fazer, não me sinto infeliz nem tenho problemas psicológicos. Verdade seja que não conheço nenhum maluco que diga que seja. Agradecia que publicassem este meu comentário. Obrigado
Porra, Tenho que começar assim, pois só o meu comentário é que não entra, o excesso é mau em tudo, seja no que for. Traumas??? Agora toda a gente sabe de tudo, saber o que é fome e não ter para comer,, desde que haja um smartphone com internet já temos um psicólogo.
Esse senhor que dizem ser professor deve pertencer ao grupo daqueles que apenas têm deitado a educação abaixo, hoje já não se pretende educar e possivelmente este também não lhe exigiram educação na sua criação, portanto também não a saberá dar, ensinar um filho ou um neto é dever de pais e avós, transmitindo-lhes boas maneiras a diferença é que uns poderão ser melhor ou pior alunos do que outros e na vida assim continuarão.
E eu que sempre pensei que dizer bom dia ou boa tarde era um sinal de educação, de vivência. Hoje vem um trauliteiro dizer que isso é um resultado de ação violenta. Toma lá que é democrático! Com miseráveis destes, arautos da preversão de valores, para onde caminhamos.
Lamento termos de falar destas pessoas que para chamarem a atenção criam estas anormalidades.
O prof Miguel Cardoso não disse nada de errado, e faço parte dos “anormais” que concordam com a abordagem feita, dizer bom dia é uma coisa, obrigar a beijar é outra, os meus filhos não são obrigados a beijar ninguém incluindo os próprios pais, da mesma forma que nós adultos não somos obrigados a beijar ninguém contra a nossa vontade, infelizmente vivemos num país onde muitas coisas são feitas pela força e o resultado está à vista, não obrigar a beijar não é falta de educação, é respeitar.
Por acaso não serás ‘amiguinho’ do palhaço?? Ou dos círculos sociais dele???
O que mais me irrita nisto é que estes ‘intelectualóides’ nem sequer estão a utilizar argumentos ‘modernos’, nem sequer recentes.
Tal como a maioria dos assuntos que hoje consideramos ‘controversos’ neste ‘jardim à beira-mar plantado’ já são história na maioria dos países a norte de Londres ou da Cuidad Juarez.
Estas discussões exacerbadas sobre temas sobre os quais todos nós temos um conhecimento inato vêm sempre no contexto do absurdo.
Não somos suecos,…nem queremos ser,…CAPICE?!?!
Também faço parte dos “anormais” Não é por acaso que “Os portugueses são os cidadãos com menos taxa de participação em actividades culturais” (não é opinião de: Isabel A. Ferreira)
“O analfabetismo atinge mais de 500 mil portugueses (não contando com o semianalfabetismo, que atinge uma boa fatia das gentes “(letradas)”. Este analfabetismo faz parte do programa do governo português; quanto mais ANALFABETO for um povo, mais submisso ele é.
Por isso nunca há verbas para implementar a cultura, o Ensino, a Educação, as Artes…
Mas para a INCULTURA, as verbas rolam a rodos… (Isabel A. Ferreira, 21.01.18)
Agora pergunto: Será que existem assim tantas Verdades/Razões para crucificar o prof. Miguel Cardoso?
Tenho pena dos seus pais!
O mal que eles lhe fizeram para ousar pensar em não beijar os seus pais ou avós!
Também tenho pena de si quando for avô.
Só tenho um comentário a fazer : onde é que vamos parar ?
Os actuais experts em matéria infantil devem ser todos uns lélés que não devem ter tido contacto fisico
com os familiares mais directos.
Onde se viu tal coisa ? Os meus se querem dar dão ninguém os força.
Estes que falam ou NÂO TÊM NETOS de certeza e muito menos filhos ou então quando se vêem ao espelho
todos os dias acham-se os Einsteins do conselho familiar.
Enfim ! Mais um filme TugaPan na sua centésima versão.
Violência é um gajo ter de ouvir isto na televisão. E quanto à ideia que “se lá fora nos EUA dizem o mesmo, então é porque é correto” tenho apenas uma coisa a dizer “TRUMP”.
E PEDIR AOS AVÓS PARA FICAR COM OS NETOS, PARA OS PAPAS SE IREM DIVERTIR É EXPLORAÇÃO.