Anda um ladrão à solta nas praias californianas. O seu nome é Otter 841 e rouba essencialmente pranchas de surf, mas o seu descaramento invulgar tem uma explicação.
Uma lontra californiana só tem cinco anos, mas já está a ganhar a reputação de rufia nas praias de Los Angeles, EUA.
O animal tem sido visto a roubar as pranchas de surfistas em múltiplas ocasiões — e apesar de alguns acharem piada, a situação parece estar descontrolada.
A lontra “expulsa” os surfistas da sua propriedade e destrói-a, roendo-a e arranhando-a ferozmente.
An amazing video!
This video of the sea otter attacking a surfboard yesterday was shared me and is being posted with the photographers permission. The video must remain in this tweet to be shared. This is a dangerous sea otter, avoid it if at all possible! pic.twitter.com/N7qPMFVRrt— Native Santa Cruz (@NativeSantaCruz) July 10, 2023
Uma equipa formada pelo Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia e pelo Aquário de Monterey Bay está a tentar, segundo o New York Times, prender e realojar a Otter 841, nome atribuído à ladra que pertence a uma espécie ameaçada da Califórnia.
Apesar de a sua população ter diminuído a pique, três mil lontras ainda povoam as águas mais frequentadas pelos milhares de surfistas californianos.
Na opinião de algumas vítimas do roubo, a prancha não é um brinquedo para a lontra — ela mostra o que vale.
“A lontra estava a surfar, apanhou algumas boas ondas”, confessou, impressionado, um surfista, ao jornal.
Tal mãe, tal filha
Invulgar entre o mundo das lontras, o comportamento da Otter 841 tem, no entanto, uma explicação.
Orfã e criada em cativeiro, a mãe da ladra de pranchas cresceu habituada à presença humana e, quando foi libertada no vasto oceano, nunca foi estranha ao contacto com os kayaks que por ele passavam. A ausência de medo dos humanos parece mesmo ter sido transmitida à filha.
“Não sabemos porque é que isso começou”, disse a gerente do programa de lontras do Aquário Monterey Bay, Jessica Fujii ao jornal britânico: “não temos evidências de que ela foi alimentada. Mas persistiu nos verões dos últimos dois anos.”