Heikki Saukkomaa / Lehtikuva Handout / EPA

O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin
Negociações devem começar “de imediato”: Trump chegou a acordo com Putin depois de uma longa conversa telefónica. De seguida, falou com Zelenskyy.
É a primeira conversa direta de que há conhecimento entre os dois líderes desde que Donald Trump tomou posse, no mês passado.
Depois de uma longa chamada telefónica, de quase 1 hora, realizada esta quarta feira, Trump assegura que Putin aceitou começar “imediatamente” as negociações para um cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, avança a CNN.
“Discutimos a Ucrânia, o Médio Oriente, a energia, a inteligência artificial, o poder do dólar e vários outros assuntos”, escreveu o presidente norte-americano na rede social Truth Social.
“Queremos acabar com os milhões de mortes que estão a ocorrer na guerra com a Rússia/Ucrânia. O Presidente Putin até utilizou o meu forte lema de campanha: “SENSO COMUM”. Ambos acreditamos firmemente nesse lema. Concordámos em trabalhar em conjunto, de forma muito próxima, incluindo visitar as Nações um do outro”, acrescentou Trump no post.
“Acredito que este esforço conduzirá a uma conclusão bem sucedida, esperemos que em breve!”, concluiu.
“O Presidente russo convidou o Presidente dos EUA a visitar Moscovo e manifestou a sua disponibilidade para receber funcionários americanos na Rússia em áreas de interesse mútuo, incluindo, obviamente, o tema da resolução do conflito na Ucrânia”, confirmou o porta-voz russo Dmitry Peskov, citado pela Reuters.
No entanto, esta quinta feira, Donald Trump anunciou o local onde o encontro entre os dois líderes se vai realizar: na Arábia Saudita.
Enfatizou que ele e Putin conhecem o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e que o seu reino “poderá, portanto, ser um ótimo lugar” para se encontrarem, segundo avança a Lusa.
“Teremos uma primeira reunião e depois veremos o que podemos fazer a esse respeito”, acrescentou. E garantiu que vê um cessar-fogo na Ucrânia “num futuro não tão distante”.
Ainda em declarações aos jornalistas na Casa Branca, Trump sublinhou que “terá de haver eleições em algum momento” na Ucrânia.
O escritório de Volodymyr Zelensky também já confirmou a realização de uma chamada telefónica de uma hora com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Minutos antes, o presidente ucraniano garantiu que espera concluir acordos económicos com os EUA na Conferência de Segurança de Munique, que se realiza este fim de semana, acordos esses que deverão assegurar apoio norte-americano à Ucrânia, de acordo com Zelenskyy.
“Disse ao secretário que, pela minha parte, farei tudo para garantir que a nossa equipa de funcionários do governo trabalhe nos próximos dois dias, para termos oportunidade de finalizar alguns acordos em Munique”, cita a BBC.
Ainda esta quarta feira o chefe da defesa dos EUA, Peter Hegseth, comentou que um cessar-fogo com a Rússia não deveria depreender a adesão da Ucrânia à NATO.
Hegseth disse à CBS que considera que a Ucrânia deve ter garantias de segurança, mas que estas “não devem ser fornecidas através da adesão à NATO, devendo antes ser apoiadas por tropas europeias e não europeias capazes”.
“Como parte de qualquer garantia de segurança, não haverá tropas americanas destacadas” para a Ucrânia, acrescentando que quaisquer tropas de manutenção da paz enviadas para a Ucrânia não devem fazer parte de uma missão da NATO.
O chefe da defesa dos EUA garantiu, pouco antes do anúncio de Trump, que o objetivo da Ucrânia, voltar às fronteiras que tinha antes de 2014, é “irrealista”.
Donald Trump concordou com esta ideia esta quinta feira, afirmando que que a adesão à NATO por parte da Ucrânia, um desejo de Kiev, “não é realista”.
Esta terça feira Zelenskyy tinha chegado a admitir a existência de uma “troca de territórios” com a Rússia, ideia rejeitada pelo Kremlin, que a considerou “um disparate”.
Tal Putin, tal Trump. Deve ser influência dos nomes que lhes puseram.
Com a nova administração norte-americana, o “statu quo” ou “paz podre” deverá ceder o seu (velho) lugar a outra conceção bem mais dinâmica e equitativa no cenário da paz e das relações internacionais. É claro que os “velhos do restelo” e os imobilistas ou apegados ao poder e às ideias caducas que desde sempre os guiaram tudo farão para descridibilizar e sabotar tais iniciativas, mas não deverão ter muita sorte, pois os ventos da mudança também começam a soprar mais fortes na Europa e quiçá cheguem à Ásia e mesmo aos demais continentes… let’s hope so!