Numa altura em que cada vez mais pessoas querem viver perto das principais estradas e centros urbanos, um novo estudo suscita preocupações em termos de saúde pública.
Um estudo, que juntou investigadores da China e do Reino Unido, revelou ligações surpreendentes entre viver perto de artérias de trânsito e taxas de demência mais elevadas e consequentes alterações na estrutura do cérebro.
Segundo o portal Earth, a investigação destaca a poluição atmosférica consequente do trânsito como um fator-chave nestas correlações alarmantes. “Descobrimos que a proximidade do trânsito foi consistentemente associada à maior incidência de demência e a menores volumes de estrutura cerebral”, apontam os cientistas.
Entre os poluentes mais associados aos problemas mencionados, estão, em ordem decrescente, o dióxido de nitrogénio, o material particulado de diâmetro inferior a 10 micrometros (MP10); material particulado inferior a 2,5 micrometros (MP2,5);
e óxido de nitrogénio.
“Em comparação com indivíduos que vivem a mais de 1 km das principais vias de tráfego, viver a menos de 1 km foi associado a um risco de demência 13% a 14% maior”, lê-se no artigo, que destaca o Alzheimer como uma das demências mais comuns.
Já “entre as quatro medidas de estrutura cerebral [avaliadas em ressonâncias magnéticas complementares], a menor distância residencial às estradas principais foi consistentemente associada a volumes menores de substância cinzenta cortical periférica, substância cinzenta e volume total do cérebro”.
Na maioria dos casos, estas alterações nas estruturas cerebrais estão relacionadas com a doença de Alzheimer na fase pré-sintomática.
O estudo, cujo artigo científico foi publicado na Health Data Science, analisou um vasto conjunto de dados de 460.901 participantes durante um período médio substancial de 12,8 anos, provenientes do conjunto de dados do UK Biobank.
Também viver pertos de países com impotos elevadíssimos como Portugal dá direito a imensas doenças como a demência.