A pesquisa concluiu que houve zonas do planeta que não estavam totalmente congeladas, o que desafia a hipótese da “Terra bola de neve”.
Um novo estudo publicado na Nature Communications desafia a teoria principal sobre a Idade do Gelo Marinoana, que ocorreu há 635 milhões de anos e terá sido a mais severa das cinco que já atingiram a Terra.
Até agora, os cientistas acreditam que esta Idade do Gelo criou um período de 15 milhões de anos em que a Terra estava totalmente congelada, um cenário conhecido como “Terra bola de neve“.
Mas as evidências mais recentes recolhidas na China sugerem que a Terra não estava totalmente congelada, pelo menos no final desta Idade do Gelo. Em vez disso, havia partes de água líquida em mares de pouca profundidade nas latitudes médias, de acordo com amostras geológicas deste período
“Chamamos a esta Idade do Gelo “Terra bola de neve. Acreditávamos que a Terra se tinha congelado totalmente durante esta longa Idade do Gelo. Mas talvez tinha sido mais uma Terra “bola de neve meia derretida“”, explica Thomas Algeo, professor de geociência e co-autor do estudo.
Os cientistas encontraram macroalgas fototróficas bentónicas em xisto preto que datam de há mais de 600 milhões de anos. Essa alga vive no fundo do mar e precisa da luz do sol para converter a água e o dióxido de carbono em energia através da fotossíntese, escreve o SciTech Daily.
Uma equipa de geocientistas da China, Reino Unido e Estados Unidos realizou uma análise isotópica e descobriu que as condições habitáveis de oceano aberto eram mais extensas do que se pensava, estendendo-se para oceanos que ficam entre os trópicos e as regiões polares e fornecendo refúgio para organismos unicelulares e multicelulares durante as partes finais da era glacial Marinoana.
Os autores acreditam assim que esta Idade do Gelo era dinâmica e que terão havido periodicamente zonas com água líquida nas latitudes baixas e médias, podendo a vida ter persistido nestas regiões.
Paradoxalmente, estes refúgios de vida provavelmente ajudaram a aquecer o planeta, acabando com esta Idade do Gelo. As algas na água liberataram dióxido de carbono na atmosfera ao longo do tempo, descongelando gradualmente a Terra.
Algeo acrescenta que o estudo levanta questões tentadoras sobre outras eras glaciais, particularmente a segunda durante o Período Criogeniano, que os cientistas também acreditam ter criado a glaciação quase total do planeta.
“Uma das mensagens gerais para levar para casa é o quanto a biosfera pode influenciar o ciclo do carbono e o clima. Sabemos que o dióxido de carbono é um dos gases com efeito de estufa mais importantes. Assim, vemos como as mudanças no ciclo do carbono têm impacto no clima global”, refere Algeo.
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