De três em três. Após o triunfo por 3-1 em Setembro, Portugal voltou a bater o pé ao Qatar, vencendo na noite deste sábado por 3-0.
Foi a quarta vitória consecutiva da turma das “quinas”, que nos últimos 23 encontros só perdeu uma vez, nos oitavos-de-final perante a Bélgica.
O Estádio do Algarve foi o palco que acolheu as estreias de Diogo Costa, Matheus Nunes (ambos titulares) e Rafael Leão, que entrou ao intervalo substituindo Cristiano Ronaldo, o autor do tento inaugural em mais uma jornada histórica para o capitão. José Fonte estreou-se a marcar com as cores nacionais e André Silva fechou as contas do “score” final.
Uma espécie de avalanche rondou o último reduto qatari.
Portugal tentou chegar ao golo de todas as maneiras e feitios – dez remates, sendo que metade foram enquadrados -, porém, ora pecava no momento da finalização, ora surgia o guardião Al Sheeb a brilhar com quatro intervenções que lhe valeram o rating mais alto ao intervalo 6.9.
Decorria o minuto 37 quando o nulo foi desfeito. Matheus Nunes descobriu Dalot no corredor direito, este endossou a bola de cabeça, Al-Rawi falhou a intercepção e Cristiano Ronaldo apontou o tento 112 com as cores nacionais.
A turma lusa apresentou uma boa dinâmica e não fosse ter desperdiçado algumas ocasiões flagrantes teria chegado ao intervalo com um resultado mais folgado.
Ao cabo dos primeiros 47 minutos, o estreante Matheus Nunes – uma ocasião criada, dois passes para finalização, seis passes valiosos, três passes aproximativos, outros tantos super aproximativos e 45 acções com a bola – era o melhor “tuga”, com GoalPoint Rating de 6.4. O MVP do encontro era o guardião contrário Al Sheeb.
Segunda metade de sentido único. Portugal entrou a marcar com o “tiro” certeiro de José Fonte, foi rondando o alvo em constantes raides, mas apenas no último suspiro voltou a festejar graças ao cabeceamento certeiro de André Silva.
Em suma, boa exibição portuguesa, que foi encontrando espaços para derrubar o muro qatari, apresentou boa dinâmica e soluções no ataque posicional e não fosse o já crónico desperdício na finalização teria fechado a noite com um resultado ainda mais folgado.
Melhor em Campo
Quer à direita, quer à esquerda, onde assentou arraiais após a saída de Nuno Mendes ao intervalo, Diogo Dalot rubricou uma exibição de encher as vistas, sempre disponível, carrilou imenso jogo pelos corredores e foi uma seta apontada à defesa contrária.
Esteve ligado ao lance do golo inaugural, ainda marcou, mas a jogada foi anulada por suposta mão na bola (81′) e ao todo amealhou os números assinaláveis.
Um remate, cinco passes para finalização (máximo na partida), quatro passes valiosos, quatro cruzamentos, sete passes aproximativos, cinco acções com a bola na área qatari, seis conduções aproximativas (registo que mais ninguém obteve), três recuperações da posse e outras tantas acções defensivas no meio-campo contrário.
Em síntese, uma “performance” digna de um MVP, que levou para casa o prémio com um Goalpoint Rating de 7.6.
Destaques de Portugal
Danilo 7.2 – A actuar como defesa-central, saiu do teste com nota alta: quatro desarmes, três remates (dois enquadrados), quatro passes valiosos, três conduções aproximativas, venceu os três duelos aéreos em que interveio e recuperou a posse nove vezes (recorde no duelo). Foi o jogador que somou mais passes certos (74).
Matheus Nunes 7.1 – Estreia para mais tarde recordar do médio, que foi titular. Desenhou o lance que terminou no primeiro tento, gizou três passes para finalização, seis valiosos, realizou seis recuperações e sofreu duas faltas, ambas em zona de perigo.
Rafael Leão 7.0 – Sobre o lado esquerdo, teve liberdade para realizar os movimentos de fora para dentro de que tanto gosta. Não fossem os ferros (dois tiros travados pela barra e poste), teria tido uma nota ainda mais elevada. Ofereceu ainda o 3-0 a André Silva, não falhou nenhum dos 11 passes feitos, somou dois passes ofensivos valiosos, dois para finalização, criou duas ocasiões flagrantes e acertou cinco dos oito dribles tentados (máximo no duelo). Estreia muito positiva do dianteiro.
André Silva 6.8 – Tanto tentou que acabou por ser premiado com um golo tardio, mas mais do que justo – Expected Goals (xG) de 1,5. Fez sete remates, cinco passes valiosos, recuperou 14 passes aproximativos e coleccionou 15 acções com a bola na área contrária.
José Fonte 6.8 – Ao cabo da 47ª internacionalização, estreou-se a marcar com as cores lusas. Aos 37 anos continua a ser uma aposta segura, sempre que joga não compromete. Realce para as cinco recuperações da posse registadas.
William Carvalho 6.3 – Voltou a ser convocado após as críticas do Europeu. Nos 60 minutos em que jogou, rematou ao alvo duas vezes, realizou quatro passes valiosos e outras tantas acções defensivas no meio-campo do Qatar.
Cristiano Ronaldo 6.2 – Mais um jogo e mais recordes batidos. CR7 é o jogador europeu com mais jogos internacionais (181) e fez o golo número 112 com as cores portuguesas. Nos 47 minutos em que jogou fez três remates, três passes valiosos e 24 acções com o esférico.
João Mário 6.1 – Foi titular e também não destoou, apresentando-se num bom plano com um remate, uma ocasião flagrante criada, quatro passes para finalização e três passes aproximativos recuperados. A rever, as 18 vezes em que perdeu a posse (máximo negativo no duelo).
Bruno Fernandes 5.9 – Em 20 minutos acumulou um remate, dois passes para finalização, quatro valiosos e quatro acções na área adversária.
Nuno Mendes 5.6 – Sem muito que fazer na defesa, “esticou-se” no ataque, fez um remate, contabilizou duas acções com a bola na área adversária e dois desarmes.
Diogo Costa 5.3 – Na estreia com a Selecção A, foi um mero espectador, tendo apenas feito uma intervenção tal foi a parca produção ofensiva dos qataris.
Destaques do Qatar
Al Sheeb 7.3 – Foi um dos principais responsáveis por o resultado não ter sido ainda mais dilatado. Com amplos reflexos, registou sete defesas, sendo que seis foram a remates no interior da área qatari.
Pedro Ró-Ró 5.6 – Nascido em Algueirão-Mem Martins, o ala-direito ainda tentou enganar Diogo Costa e por poucos centímetros não marcou um golaço. Recebeu ainda cinco passes aproximativos, fez três desarmes e outros tantos alívios.
Resumo
// GoalPoint