Surto poderá ter tido origem num jogador que se deslocou recentemente a África do Sul para representar a sua seleção nacional.
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) anunciou esta segunda-feira que foram detetados 13 casos da variante Ómicron em Portugal, a partir das amostras recolhidas e analisadas referentes aos jogadores do Belenenses SAD, “dado que um dos casos positivos terá tido uma viagem recente à Àfrica do Sul”.
“Os ensaios preliminares efetuados no INSA sugerem, fortemente, que todos os 13 casos associados aos jogadores da Belenenses SAD estejam relacionados com a variante de preocupação Ómicron, pode ler-se no comunicado emitido pelo organismo e citado pelo jornal Público. Ainda de acordo com o documento, os jogadores infetados estão em isolamento, assim como os respetivos contactos, “independentemente do estado vacinal e do nível de exposição”.
Ainda no que respeita aos passageiros regressados recentemente do continente africano, o INSA revelou que foram analisadas as amostras relativas aos 218 passageiros que chegaram a Portugal no sábado num voo com origem em Maputo. No grupo de amostras recolhidos, foram identificados 2 casos positivos, um com origem na variante Delta e outro sem identificação possível. Ainda assim, o INSA já “INSA já iniciou a “sequenciação do genoma para confirmação final destes casos”.
Para a OMS, ainda não há provas que a Ómicron seja mais transmissível ou que provoque infeções mais graves
Ontem, a Organização Mundial de Saúde (OMS) disse ainda não haver indícios de que a variante Ómicron provoque casos mais graves de covid-19 ou com sintomas diferentes das estirpes anteriores.
Embora a taxa de internamentos devido à covid-19 tenha aumentado nos últimos dias na África do Sul, o país onde a nova variante foi detetada pela primeira vez, “isto pode ser o resultado de um aumento geral das pessoas infetadas, e não apenas de infeções específicas com a variante Ómicron”, refere um comunicado do grupo de peritos consultivo da OMS para a monitorização da evolução do coronavírus SARS-CoV-2.
Por outro lado, muitas das primeiras infeções pela variante Ómicron reportadas são de estudantes universitários, “jovens que tendem a sofrer formas mais moderadas da doença”, observaram os peritos.
O grupo de estudo salientou que “compreender o nível de severidade da variante Ómicron pode levar vários dias ou semanas”.
Os peritos acrescentaram que a variante parece aumentar o risco de reinfecção (a hipótese de uma pessoa que já teve covid-19 voltar a contrair a doença), mas que “não é ainda claro se é mais contagiosa”.
Sobre a resposta dos tratamentos contra a covid-19, os cientistas observaram que os corticosteroides e os antagonistas da interleucina-6 (IL6) parecem continuar a ser eficazes em pacientes graves, não havendo ainda conclusões sobre a resposta das vacinas existentes à variante Ómicron.
A Ómicron, cujos primeiros casos foram detetados há 15 dias e que é motivo de preocupação devido às mais de 30 mutações que foram identificadas, foi considerada uma “variante de preocupação” pelo grupo de peritos da OMS na sexta-feira, exigindo uma monitorização especial por laboratórios de todo o mundo.