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Papa diz que católicos devem pedir perdão aos homossexuais

@franciscus / Instagram

A primeira foto do Papa Francisco no Instagram

Pela primeira vez na história da Igreja, um Papa defendeu que os católicos devem um pedido de perdão aos homossexuais. No regresso da sua viagem à Arménia, o Papa Francisco falou sobre os homossexuais, o Brexit e o genocídio arménio.

Questionado por um jornalista sobre a urgência de um pedido de desculpas, após o atentado que resultou na morte de 49 pessoas numa discoteca gay, em Orlando, na Califórnia, o Papa Francisco disse aos jornalistas que a Igreja Católica deve ser humilde e procurar o perdão de outras pessoas marginalizadas.

“O catecismo da Igreja diz que eles não devem ser discriminados, que devem ser respeitados e acompanhados pastoralmente”, afirmou Francisco, questionado por uma jornalista norte-americana sobre as declarações do Cardeal Reinhard Marx que recentemente disse que a Igreja devia pedir desculpa aos homossexuais.

O Papa Francisco considerou, no entanto, que “a Igreja deve não só pedir desculpa a uma pessoa gay que tenha ofendido mas também aos mais pobres, às mulheres que têm sido exploradas, às crianças que têm sido exploradas para trabalhar. E deve pedir desculpa por ter abençoado tantas armas“, acrescentou o chefe da Igreja.

“Quando digo Igreja, falo dos cristãos, porque a Igreja é santa, os pecadores somos nós”, acrescentou o papa.

Ficou, no entanto, uma ressalva: “Pode-se condenar, não por motivos teológicos, mas por comportamentos políticos ou certas manifestações demasiado ofensivas para os outros”. A Igreja Católica continua a considerar que os atos homossexuais (mas não a orientação) são pecado.

Em 2013, Francisco tinha reafirmado a posição da Igreja Católica de que os atos homossexuais são um pecado mas que a orientação gay não é, declarando na altura: “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa-vontade, quem sou eu para julgar?”

Genocídio

Na viagem de regresso ao Vaticano após a sua viagem apostólica à Arménia, o Papa voltou a falar do Brexit, lamentando que na Europa “a unidade é superior ao conflito” e sublinhando que “as pontes são melhores que os muros”.

Já há guerra na Europa, já persiste no ar a divisão”, lamentou o papa.

O pontífice alertou para as divisões que já existem “não só na Europa, mas dentro dos próprios países”.

“Basta pensar na Catalunha e, no ano passado, a Escócia”, recordou o papa, considerando que as situações devem ser bem estudadas “antes de dar um passo a favor da divisão”.

A viagem à Arménia ficou marcada pela palavra “genocídio“, que Francisco usou para se referir às mortes de cristãos pelo Império Otomano no início do século passado.

A expressão foi duramente criticada, especialmente pelo governo turco, que disse que a expressão foi infeliz.

“Após ter usado esta palavra o ano passado em São Pedro, publicamente, teria soado estranho não o ter feito agora na Arménia”, justificou o Papa.  “Não usei a palavra genocídio com espírito ofensivo; usei-a objetivamente”, acrescentou.

ZAP

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