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Pandemia gera corrida mundial por cobaias geneticamente modificadas

theglobalpanorama / Flickr

O Jackson Laboratory, nos Estados Unidos, tem registado uma enorme procura por cobaias de laboratório geneticamente modificadas para que pudessem ser utilizadas em procedimentos experimentais que visam combater a covid-19. 

O instituto Fiocruz Minas, no Brasil, é um dos nomes que consta na lista do laboratório norte-americano: em meados de abril, pediu três casais de ratos de laboratório modificados geneticamente, um dos poucos do mundo capazes de serem infetados pelo novo coronavírus, conta a emissora britânica BBC.

A enorme procura pelos “ratinhos” do Jackson Laboratory acontece porque a cobaias normais não são suscetíveis ao vírus que causa a covid-19 – por isso, os “ratinhos” de laboratório comuns são quase totalmente inúteis na luta contra a pandemia.

Mesmo em contacto direto com o agente patogénico, a probabilidade de estes animais ficarem doentes com o vírus é muito pequena.

Por isso, o k18-hACE2, como foi batizada a variante genética vendida pelo laboratório, foi modificado especialmente para conseguir ser infetado pelo Sars-Cov-2 — e, por isso, tornou-se num ingrediente fundamental nos estudos que estão a ser levados a cabo.

A lista de interessados nestes espécimes é grande, uma vez que este laboratório norte-americano é um dos únicos do mundo a produzir estes animais numa escala comercial.

A emissora britância explica ainda que as cobaias modificadas geneticamente receberam o gene humano para o recetor ECA2, proteína que é a principal porta de entrada do novo coronavírus, que surgiu na China em dezembro passado, nas células humanas.

O Sars-Cov-2 liga-se à proteína ECA2, que fica na superfície da célula, como se tratasse de uma chave numa fechadura, facilitando a sua entrada. Depois de entrar no organismo humano,  o vírus utiliza a estrutura celular para se reproduzir, depois destrói-a e passa a infetar outras células, usando-as como uma “fábrica” de novos vírus.

A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 584.355 pessoas e infetou mais 13,5 milhões em todo o mundo, desde dezembro, segundo a AFP.

ZAP // BBC

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