Não trazem passaporte e ligam a advogados: nas filas da AIMA, “a imigração não se leva a sério”

ZAP

Imigrantes à porta da AIMA, no Porto

A entidade não consegue completar as supostas 4 mil regularizações por dia. E os imigrantes têm culpa.

A Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA) atingiu, no início de novembro, a capacidade de atender 4 mil imigrantes por dia, tendo aberto 20 novos postos espalhados por Portugal.

No entanto, explica o Público, esse número fica só na teoria, uma vez que, na prática, não são regularizados tantos migrantes como aqueles que a entidade gostaria. E a culpa, muitas vezes, dizem ser dos próprios imigrantes.

Muitos faltam aos agendamentos, o que já levou a que a AIMA emitisse um comunicado sobre isso. Par além disso, faltam muitas vezes documentos diversos, sendo os mais comuns os atestados de antecedentes criminais e a comprovação de endereço.

E há mesmo quem apareça sem os passaportes. À falta de documentos, a fila criada à porta da entidade é uma perda de tempo e um desperdício de recursos: o processo de regularização fica parado e pode ser rejeitado.

Segundo a advogada Tatiana Kazan, em declarações ao Público, “isso acontece, principalmente, com imigrantes asiáticos. Eles procuram um advogado ou um solicitador em cima da data do agendamento para obter os documentos, mas isso exige tempo”. De acordo com a advogada, há muitos imigrantes que ligam mesmo aos advogados enquanto estão na fila.

Acrescenta ainda que, para os brasileiros, este processo de obtenção dos documentos em falta “é mais rápido, mas, noutros, países pode demorar semanas”.

No entanto, recorda Kazan, existe um crime recorrente chamado procuradoria ilícita. As vítimas do crime pagam cerca de 50 euros a uma pessoa que se compromete a submeter na plataforma os documentos da Manifestação de Interesses, mas o criminoso “não entrega o login nem a senha ou até desaparece com o dinheiro do imigrante“, explica.

Nestes casos, a culpa não é, claro está, do imigrante, mas numa grande parte das vezes sim, diz a advogada: “acho que, no caso dessas pessoas, a imigração não é levada a sério”.

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