Ministério Público investiga “touros de fogo” em Benavente

O Ministério Público abriu um inquérito crime sobre a atividade “touros de fogo”, que se realizou nos dias 22 e 23 durante a Festa da Amizade, em Benavente. A autarquia já lamentou o sucedido e disse que o animal não ficou ferido, mas o BE e o PAN querem esclarecimentos.

Numa resposta enviada à agência Lusa, a secção de Benavente do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), na comarca de Santarém, anuncia que foi determinada a “abertura de inquérito para efeitos de investigação da eventual prática de crime relacionada com a atividade “touros de fogo”.

Durante a investigação, o Ministério Público vai contar com a ajuda da GNR.

Entretanto, o Bloco de Esquerda e o Partido dos Animais e da Natureza já se chegaram à frente para exigir esclarecimentos. O Bloco questionou o Governo sobre esta “prática evidentemente ilícita e alvo de justa indignação”.

O partido liderado por Catarina Martins quer ainda saber se estavam presentes forças policiais quando pegaram fogo aos chifres do animal, se estas tentaram impedir e quais as medidas que as entidades competentes pretendem desenvolver para identificar e responsabilizar os autores da prática.

O PAN já questionou, por sua vez, a Ministra da Administração Interna sobre o sucedido: “Apesar das várias interpelações do partido aos órgãos de polícia criminal, estes alegadamente estiveram presentes no local e nada fizeram para impedir a tentativa ou consumação desta prática ilícita e atentatória do bem-estar e da integridade física do animal”, lê-se no Facebook do partido.

O presidente da Câmara de Benavente disse à agência Lusa que a atividade “touros de fogo” foi retirada do programa da Festa da Amizade. Segundo Carlos Coutinho, foi um parecer desfavorável da Direção-Geral de Veterinária que motivou a retirada da atividade.

O presidente disse ainda que a atividade foi colocada sem conhecimento prévio do município e que na quinta-feira decidiram retirá-la, depois de reconhecer que não é tradição do concelho.

“O que aconteceu não foi ’touros de fogo’. Algumas pessoas decidiram colocar uma pequena estrutura em ferro acoplada aos cornos do touro, onde colocaram pequenos foguetes usados nos bolos de aniversário que arderam durante 30 ou 40 segundos. Não provocou qualquer ferimento no animal”, lamentou Carlos Coutinho.