O novo McLaren P13, ou McLaren Sports Series, está a caminho do mercado e traz mão portuguesa em tudo o que é visível.
O centro português de excelência na área automóvel e aeronáutica Ceiia esteve “completamente imerso” no desenvolvimento das partes visíveis do modelo McLaren P13 que chegará ao mercado em 2015 e vai rivalizar com o Porsche 911s ou Ferrari California.
Depois de uma abordagem ao mercado, que incluiu o Centro de Excelência para a Inovação e Indústria, CEIIA, a marca automóvel começou por testar as capacidades do centro português para o desenvolvimento do projeto.
“Fizeram-nos um teste e pediram-nos para concretizar um projeto à margem daquilo que iríamos fazer lá, ou seja, tudo o que era visível no carro. E nós fizemos”, disse à Lusa o responsável pelo desenvolvimento dos novos produtos do Ceiia, José Silva, no âmbito de uma reportagem às instalações do centro, as atuais na Maia e as novas em Matosinhos.
Entre Portugal e Inglaterra estiveram ao longo de 2012 e parte de 2013, seis técnicos do centro português como parte integrante de uma vasta equipa para o desenvolvimento dos painéis exteriores do novo modelo automóvel.
“Tivemos uma equipa totalmente imersa na estrutura da Mclaren, estivemos distribuídos em várias equipas, não éramos uma equipa à parte, trabalhávamos todos completamente juntos, com as mesmas tarefas. E depois, tivemos uma equipa cá em Portugal a dar o apoio para outros projetos que não eram necessários lá”, contou José Silva.
A parte “mais bonita” do carro, por ser a mais visível, afirmou José Silva, teve o envolvimento do Ceiia com base numa “engenharia sensível as questões estéticas” e “que foi muito respeitada e elogiada na McLaren”, mas “respeitou a definição do ‘designer’ principal” da marca, como notou José Silva.
Já a imagem do novo automóvel vai continuar por motivos de confidencialidade dentro das paredes da sala, onde José Silva lidera uma equipa de onde saem a criatividade e as ideias para a concepção de novos produtos.
Entre eles, está agora em desenvolvimento para o fabricante alemão Volkswagen um carregador de casa para veículos elétricos, cujo “ponto de destaque é a ligação à plataforma de mobilidade”, por sua vez, conectada aos serviços da cidade.
De acordo com o presidente do Ceiia, José Rui Felizardo, o novo sistema de carregamento ou gestão de energia é o primeiro sistema que permite a utilização direta de energia produzida a partir de casa, seja solar, fotovoltaica ou eólica, podendo por exemplo ligar e desligar máquinas, apenas através de um telemóvel.
José Silva exemplifica ainda: “Poderemos aí concentrar e retirar informação para esse carregador, estamos a falar em diferenciar a energia gasta para esse carregador, estamos a falar no caso de um trabalhador de uma frota poder carregar o veículo de uma determinada empresa em casa, mas essa energia ser paga pela empresa“.
A ligação do Ceiia à indústria automóvel remonta aos seus primórdios quando levou para Itália uma equipa e se consolidou como fornecedor de serviços de engenharia, desenvolvimento de produto, ‘design’ e produção da Fininfarina, há mais de nove anos.
Em 2006, o centro ganhou um novo impulso com o desenvolvimento do primeiro projeto de motorização elétrica Buddy, na Noruega.
O novo Centro de Aeronáutica do CEIIA, em Matosinhos, um investimento de 37 milhões de euros que vai gerar 150 novos postos de trabalho, está na fase de instalação de equipamentos e será inaugurado em outubro.
ZAP // Lusa