Os jovens imigrantes arranjam emprego em Portugal em metade do tempo dos jovens portugueses. A área administrativa, as indústrias transformadoras e a restauração são os principais setores que empregam estrangeiros.
Um estudo realizado pelo Observatório do Emprego Jovem (OEJ) revela que os jovens imigrantes inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) em Portugal encontram trabalho em metade do tempo comparado com os jovens portugueses.
Dos 51.636 jovens desempregados registados no segundo trimestre de 2023, 18,5% eram imigrantes. Enquanto os jovens portugueses demoram em média 11 meses para se empregarem, os imigrantes encontram trabalho em apenas cinco meses.
O estudo conclui que os jovens imigrantes têm uma “boa capacidade de integração no mercado de trabalho”. Para os imigrantes à procura do primeiro emprego, a média de tempo de inscrição é de 4,5 meses, comparado com 15,5 meses para os portugueses. Aqueles que procuram um novo emprego demoram em média 3,5 meses, enquanto os jovens portugueses levam 6,5 meses, escreve o Público.
Uma explicação é o facto de os imigrantes estarem dispostos a comprometer as suas expectativas e aceitar empregos menos apelativos. Os jovens imigrantes também têm menos apoio das famílias e estar em Portugal com vistos condicionados ao emprego, o que os pode levar a sentir mais pressão para aceitar ofertas que os jovens portugueses rejeitem.
Estes jovens estrangeiros são frequentemente absorvidos por setores como atividades administrativas e serviços de apoio (35,9%), indústria transformadora (17,6%) e alojamento e restauração (17,2%). Estes setores são caracterizados por empregos pouco qualificados e contratos precários.
Além dos imigrantes, o estudo identifica jovens pouco qualificados e licenciados em áreas de baixa empregabilidade como grupos vulneráveis. Cerca de 36,1% dos jovens desempregados têm apenas o 3.º ciclo do ensino básico e, entre os licenciados, as áreas de ciências sociais, comércio e direito, e artes e humanidades têm maiores dificuldades de empregabilidade.
Para melhorar a situação, o estudo recomenda uma maior articulação entre universidades e o mercado de trabalho.
Não existe “desemprego jovem”, mas sim desemprego, independentemente da idade.
Na realidade, está correcta a afirmação de “não existe desemprego jovem”. A calamidade de não ter meios de sobrevivência em Portugal (desemprego), leva a que pessoas – de qualquer idade e na faixa etária da empregabilidade -, tenham de pedir ajuda a familiares (se os tiverem e se estes puderem), à Segurança Social (quando esta a disponibiliza) ou então a recorrerem à condição de sem-abrigo.