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Eram “interesses a mais”: Eurico Castro Alves deixa avaliação do plano de emergência na Saúde

João Relvas / Lusa

Eurico Castro Alves

Saída da comissão surge depois de uma carta aberta entregue ao bastonário da Ordem dos Médicos. Mas não há “conflito”.

Eurico Castro Alves não resistiu à pressão e pediu para sair da comissão que avalia a concretização do plano de emergência na Saúde.

A decisão do coordenador do Plano de Emergência e Transformação na Saúde, anunciada pelo Público, surge depois de uma carta aberta entregue ao bastonário da Ordem dos Médicos.

Essa carta alerta para o conflito de interesses do presidente da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos – e de outros dirigentes da mesma Ordem.

A carta, com mais de 600 subscritores, denuncia “uma acumulação lamentável de funções” e denuncia um “conflito de interesses e atropelos do código de conduta”.

Castro Alves estava até aqui a acompanhar a implementação de um plano que foi o próprio a elaborar.

Nesta quinta-feira, o líder da bancada parlamentar do Bloco de Esquerda, Fabian Figueiredo, avisou que Eurico Castro Alves “coordena uma rede de interesses privados ligados a hospitais privados e lançou seguradoras privadas”.

Eurico Castro Alves, continua o deputado, “nunca devia ter sido nomeado para coordenar o programa de emergência para a saúde”.

Fabian Figueiredo cita um caso no Porto: o Plano de Emergência e Transformação na Saúde, elaborado pelo médico, recomenda a entrega de 60 milhões de euros ao Hospital da Prelada – e Eurico Castro Alves integra os órgãos sociais da Misericórdia do Porto, que gere esse hospital (além de alguns quadros do PSD).

“Toda a história de Eurico Castro Alves é de conflito de interesses, de falta de condições para elaborar um programa de políticas públicas porque o próprio tem interesses privados. Isto são interesses a mais, conflitos de interesse a mais”, continuava Fabian, antes de ser divulgada a sua saída.

Mesmo assim, o médico assegura que tem um parecer jurídico que sustenta que “não há qualquer conflito de interesses”.

E o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, garante que não haveria “nada de ilegal”, nem “conflito de interesses formal” nesta acumulação de funções. E acha que há “uma campanha contra Eurico Castro Alves”.

ZAP //

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