E se tivesse um assistente eficaz para fazer as compras de Natal já em 2025? Os “agentes de IA” podem resolver o stress das prendas.
Se pedir a um chatbot que faça por si as compras de Natal este ano, é bem provável que este o mande à fava. “Não consigo fazer compras ou enviar produtos diretamente”, é o que responde o ChatGPT.
Mas o cenário pode estar prestes a mudar, tudo graças aos “agentes de IA”. Idealmente, estes agentes funcionarão como uma equipa, e podem trabalhar em conjunto nas mais diversas áreas — inclusivamente na encomenda e entrega ao domicílio de presentes de Natal.
Na verdade, um inquérito do criador de IA Langchain afirma que 51% das empresas inquiridas já utilizam agentes de IA na produção.
Em 2024, os fundos de risco investiram cerca de 1,8 mil milhões de dólares (1,73 mil milhões de euros) em projetos de agentes de IA. O último Relatório de Previsões Globais da Deloitte argumenta que 25% das empresas que usam IA generativa lançarão projetos de agentes de IA em 2025.
A empresa de investigação Gartner prevê que, até 2028, 15% das decisões do trabalho quotidiano serão tomadas por agentes de IA.
Em outubro, a Anthropic — a empresa por detrás do popular bot de IA generativa Claude — lançou uma funcionalidade de “utilização do computador” que permite à IA assumir o controlo do rato e do teclado de um utilizador para navegar e realizar ações em qualquer sítio Web.
O especialista em educação Leon Furze criou uma demonstração, utilizando o computador para navegar automaticamente num sistema de gestão da aprendizagem, abrir a página de um trabalho (de escola, por exemplo), criar texto para o trabalho e clicar no botão de envio. Tudo feito automaticamente a partir de uma única mensagem de texto.
Mais recentemente, o Google Deepmind lançou a sua própria versão, o Project Mariner, que permite a uma IA navegar e executar ações de forma autónoma no navegador Chrome.
Estes dois sistemas são ainda versões iniciais, estando o Project Mariner apenas disponível para um conjunto de testadores de confiança. Mas dão uma ideia do caldo que se prepara.
No entanto, existem duas barreiras significativas para tornar os agentes de IA úteis, explica o cientista de computadores Jon Whittle num artigo no The Conversation.
O primeiro, e mais óbvio, é a confiança. Confiaria os dados do seu cartão de crédito a um agente de IA?
Apesar dos dois anos de avanços na IA desde o ChatGPT, as alucinações — quando a IA não sabe uma resposta e simplesmente inventa algo — continuam a ser um problema.
Um estudo deste ano mostrou que mesmo na programação de IA — uma das utilizações mais populares e valiosas da IA — 52% das respostas geradas pela IA a perguntas de codificação tinham erros.
Basta um erro da IA para enviar a prenda da tia Margarida para o tio Júlio. E esperemos que seja um erro inofensivo, como uma má correspondência de presentes, e não a fuga dos dados da sua conta bancária.