O iemenita esteve preso durante 14 anos na polémica prisão norte-americana e, agora que lhe foi concedida a liberdade, recusa-se a sair por ter medo de começar uma vida nova noutro país.
Muhammad Bawazir passou os últimos 14 anos da sua vida fechado na famosa prisão norte-americana de Guantánamo, em Cuba. Recentemente, o recluso teve oportunidade de abandonar o estabelecimento prisional para sempre, tal como fizeram outros dois presos, mas decidiu ficar, segundo conta a BBC.
Bawazir chegou a Guantánamo ainda com 21 anos de idade, depois de ter sido preso no Afeganistão. Durante o longo período na prisão, o iemenita, agora com 35, protagonizou várias greves de fome, chegando a pesar 41 quilos e a ter de ser alimentado à força pelas autoridades.
Em 2008, Bawazir viu a sua libertação ser aprovada, algo que nunca chegou a acontecer porque Washington recusava enviar prisioneiros de volta para o Iémen, por receio que alguns voltassem a representar uma ameaça para o país.
Hoje, continua a não ser possível enviar reclusos para o país árabe porque se encontra a meio de uma guerra civil. Como tal, foi-lhe dada a oportunidade de ser transferido para um outro país que aceitou acolhê-lo.
Bawazir recusa essa opção porque não tem parentes nesse país e, por isso, não tem garantias de poder recomeçar uma nova vida.
Ninguém percebe a atitude do recluso iemenita, nem mesmo o seu advogado, John Chandler, que diz ter passado os últimos meses a tentar convencê-lo a deixar o centro de detenção.
“Ele está apavorado por ter de ir para um país onde não tem apoio garantido”, explica o advogado.
“Não consigo explicar a decisão dele. É simplesmente uma reação extremamente emocional de um homem que está preso há 14 anos”, lamenta.
“Sempre foi muito sensível. Quando estava em greve de fome dizia que só queria morrer”, afirma Chandler, que chega a compará-lo com a personagem do filme “Os Condenados de Shawshank”.
As autoridades americanas não dizem qual o país que aceitou acolher Bawazir mas, na opinião do advogado, é um sítio para o qual “iria sem pensar duas vezes”.
Perante a sua decisão, ainda há dúvidas de qual será o futuro do prisioneiro. O advogado está preocupado com a situação, sobretudo quando Barack Obama deixar a Casa Branca.
O atual presidente norte-americano desde sempre se mostrou interessado em encerrar a polémica prisão, algo que tem sido sempre difícil de concluir.
“É cara, desnecessária e serve apenas como uma propaganda de recrutamento para os nossos inimigos”, afirmou Obama no seu último discurso do Estado da União.
Apesar disso, o número de presos na base caiu nos últimos anos de 242 para 91, um número que hoje poderia ser 90, caso Bawazir não se tivesse recusado a abandonar a prisão.
ZAP / BBC
Mal por mal sempre será melhor uma prisão nos USA do que a liberdade no Iemen, assim pensará este.
Não admira… O mal que lhe fizeram durante todos os anos; e depois querem enviá-lo para outro país que não o seu… e sem familiares… E ainda o advogado diz não compreender… “iria sem pensar duas vezes”… Então que vá! Mas obrigado e sem poder voltar ao país de origem! Será que ainda ia?…
Tipico de americano… Fazem mer… e depois acham que resolvem tudo soltando o homem…