EPA/STR
Ali Bongo Ondimba vota nas eleições no Gabão
Militares anunciam tomada do poder no país, horas depois do anúncio dos resultados de umas eleições com “fraude orquestrada”.
O Gabão está a viver um dia histórico, nesta quarta-feira.
Os resultados das eleições gerais – realizadas no sábado – foram anunciados: o presidente Ali Bongo Ondimba, que está no poder há 14 anos, voltou a vencer.
Os dados oficiais apontam para um terceiro mandato do líder, com 64,27% dos votos.
O principal rival, Albert Ondo Ossa, ficou-se pelos 30,77% dos votos, menos de metade do vencedor.
Ainda antes do fecho das urnas, Ondo Ossa denunciava “fraude orquestrada” por Ali Bongo. E garantia que tinha vencido as eleições.
Militares tomam o poder
Horas depois, o caos: os militares anunciaram que tomaram o poder no Gabão, declararam anuladas estas eleições gerais, fecharam as fronteiras e dissolveram todas as instituições democráticas – incluindo Governo e Assembleia Nacional.
As auto intituladas Forças de Defesa e de Segurança explicam que “a organização das eleições, ditas gerais, não reuniu as condições para um escrutínio transparente, credível e inclusivo, tão esperado pelo povo gabonês”.
“Actualmente, o país atravessa uma grave crise institucional, política, económica e social. A isto junta-se uma governação irresponsável e imprevisível, que se traduziu numa deterioração constante da coesão social, ameaçando conduzir o país ao caos”, avisa a junta militar, citada no canal Euronews.
Por isso, os militares decidiram que, em nome do povo gabonês, da paz e da proteção das instituições, colocam um fim “ao regime no poder” neste país africano.
Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, já reagiu e deixou um aviso: “A notícia é confusa. Recebi a notícia pela manhã. Se isto se confirmar, é mais um golpe militar que aumenta a instabilidade em toda a região”.
