A cobra recentemente descoberta na Índia pesaria cerca de uma tonelada e teria entre 11 e 15 metros de comprimento, destronado a Titanoboa do topo da lista das maiores serpentes que já existiram.
Um novo estudo, publicado esta quinta-feira na revista Scientific Reports, relata a descoberta nua mina de lenhite em Panandhro, na Índia, dos restos fossilizados da que poderá ser a maior cobra alguma vez registada.
A descoberta, composta por 27 vértebras que remontam à época Eocénica, há cerca de 47 milhões de anos, sugere que esta antiga serpente poderia ter atingido comprimentos entre 11 e 15 metros.
Batizada com o nome do mítico rei das serpentes da mitologia hindu, a Vasuki Indicus não só desafia o recorde de tamanho detido pela Titanoboa pré-histórica, como também introduz uma nova perspetiva sobre a diversidade e a história evolutiva das cobras antigas.
A maior serpente conhecida anteriormente, a Titanoboa, media cerca de 13,25 metros e foi descoberta na Colômbia, datando de há cerca de 60 milhões de anos, recorda o Live Science.
A estimativa do comprimento da Vasuki Indicus foi determinada usando a largura das vértebras e comparando-a com as dimensões de grandes cobras contemporâneas, como jibóias e pítons.
Os investigadores utilizaram dois métodos diferentes para as suas estimativas, um utilizando dados exclusivamente da família Boidae e o outro englobando todos os tipos de serpentes vivas.
Os cientistas pensam que a Vasuki Indicus pertencia aos Madtsoiidae, uma família extinta de serpentes que outrora percorreu partes da América do Sul, África, Índia, Austrália e Sul da Europa desde o final do período Cretáceo.
A estrutura das suas vértebras sugere que tinha um corpo largo e cilíndrico, típico das serpentes terrestres, contrastando com os corpos mais achatados e aerodinâmicos das espécies aquáticas.
O grande tamanho da serpente tornava-a provavelmente um predador de emboscada eficaz, dominando a sua presa através da constrição – semelhante aos métodos de caça das anacondas modernas.
A descoberta também descreve as condições climáticas durante o período em que a Vasuki prosperou, indicando um ambiente quente com temperaturas médias em torno de 28 graus Celsius.
“Não podemos dizer com exatidão que tipo de animais a Vasuki comia“, afirmam os autores do estudo. “Os fósseis associados recolhidos nas rochas onde a Vasuki foi encontrada incluem peixes-raia, peixes ósseos, tartarugas, crocodilianos e até baleias primitivas. Pode ter-se alimentado de alguns destes animais”
Apesar destas descobertas, muitos aspetos da biologia e ecologia do Vasuki Indicus permanecem desconhecidos, incluindo pormenores sobre a sua dieta e o uso dos músculos.
A equipa quer agora fazer mais investigações para examinar o teor de carbono e oxigénio nos fósseis para descobrir mais pormenores sobre a dieta e o estilo de vida da serpente no seu ecossistema pré-histórico.