Descoberto na Transilvânia fóssil de tartaruga que sobreviveu à extinção de dinossauros

Universidade de Tübingen

Fósseis da Tartaruga Dortoka vremiri

Condições ambientais e localização isolada do território podem ter sido determinantes para a sobrevivência da espécie.

Um fóssil que se estima ter 70 milhões de anos e pertencer a uma tartaruga de águas frescas foi descoberto na Transilvânia, sendo provável que tenha sobrevivido a um evento de extinção que dizimou dinossauros não descendente de aves. Inicialmente, os investigadores encontraram o fóssil num sítio arqueológico intitulado Hated Basin, onde os estudos começaram em 1990.

Entre as partes mais bem conservadas incluem-se uma secção quase completa da carapaça (escudo superior) e do plastão (escudo inferior), assim como um osso de um dos braços e da pélvis.

Através destes vestígios, os investigadores estimaram que o corpo da tartaruga medisse cerca de 19 centímetros, pode ler-se num novo estudo. A equipa envolvida na pesquisa atribuiu à espécie o nome de Dorkota vremiri.

De acordo com o Live Science, a D. vremiri pertence a um grupo de tartarugas conhecidas como tartarugas de pescoço lateral, das quais existem 16 espécies vivas: na América do Sul, em África e na Austrália.

Ainda segundo a mesma fonte, fósseis que aparentemente descenderam da mesma espécie são avaliados como tendo 57 milhões de anos, o que sugere que as D. vremiri sobreviveram a uma extinção que apagou 75% da vida terrestre.

“De forma intrigante, membros da mesma família de tartarugas não sobreviveram a este evento na Europa Ocidental”, explica Fleix Augustin, autor do estudo e doutorando na Universidade de Tubingen, na Alemanha.

A espécie recém-descoberta deixa os arqueólogos a suspeitar de que a sua localização geográfica e a sua preferência por habitats de água fresca as ajudaram a sobreviver — mesmos quando as outras espécies não conseguiram.

Como tal, os especialistas apontam que durante o período Cretáceo (que ocorreu entre 145 milhões de anos a 66 milhões), o Hateg Basin deveria pertencer a uma ilha isolada que mais tarde se juntou à Europa. Com o território isolado, as tartarugas podem ter sido salvas da destruição causada pela queda de um asteroide.

No entanto, mais investigações sobre esta teoria terão que ser feitas, já que a tartaruga Kallokibotion bajazidi, que os peritos acreditam ter partilhado a ilha com D. vremiri durante a última fase do período Cretáceo, foi extinta juntamente com os dinossauros.

ZAP //

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