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Emprego: acabou a “paixão” dos jovens por empresas de tecnologia

ZAP // Mark Knol / Flickr; Quote Catalog; Pixabay

Inquérito mostra as 100 empresas preferidas dos estudantes nos liceus. Não, a Google já não domina a lista.

Numa geração muito ligada ao mundo digital, não foi surpreendente ver o que aconteceu nos últimos anos, quando perguntavam aos estudantes nos liceus dos EUA onde gostariam de trabalhar.

As empresas ligadas à tecnologia, sobretudo as “gigantes” do mundo tecnológico, estavam a dominar essa lista. A Google era a líder em 2017, por exemplo.

Mas isso acabou. Ou, pelo menos, não é tão evidente como era.

No inquérito nacional deste ano aos liceus, nas 100 empresas mais desejadas pelos jovens, a Google cai para 7.º lugar, a Amazon está em 8.º, Tesla no 33.º posto, o Instagram no 48.º e o Facebook quase nem aparecia na lista – apenas na 94.ª posição.

O Business Insider apresenta uma razão óbvia e compreensível para esta mudança: os adolescentes estão no ensino secundário mas já começam a analisar o mercado, a ver que empresas estão a contratar mais reforços.

Em Silicon Valley, tem havido lay-off para dezenas de milhares de trabalhadores. E esta geração está a dar mais prioridade ao emprego estável do que acontecia até há uns anos.

Há outro factor prioritário: a empresa é considerada um bom lugar para se trabalhar? Os jovens querem ser bem tratados, querem estar motivados, sentir-se bem no emprego.

Mas haverá outro motivo, que vai para além dos dois já mencionados: a reputação das grandes empresas tecnológicas. Deixaram de ser vistas como as “salvadoras do mundo”, ou pelo menos as grandes inovadoras no bom sentido – agora (algumas) são acusadas de espalhar notícias falsas, de promover mensagens de ódio, de serem culpadas pelo vício no mundo digital e de espalharem problemas mentais pelos adolescentes.

Aliás, a maioria dos estudantes dos liceus pensa que a Inteligência Artificial vai ser mais negativa do que positiva para a sociedade.

É uma inversão que até faz lembrar o que aconteceu há 15 anos: quando tanta gente queria trabalhar nos bancos ou nos mercados financeiros, o Lehman Brothers falou, a economia caiu e os jovens mudaram de ideias. Preferiam o Facebook ou a Google.

Então, mas o que lidera?

O Hospital Pediátrico de St. Jude.

E logo a seguir, no 2.º lugar, aparece a Mayo Clinic.

O hospital da zona no 4.º posto.

Pouco mais abaixo (14.º) está o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) – que se tornou famoso por causa da COVID-19.

Ou seja, saúde.

Parece que os jovens aprenderam com a pandemia que o mais importante são os trabalhadores da linha de frente nos hospitais, nas clínicas, que se dedicam a salvar os outros; ou até quem está na investigação ligada à saúde pública.

A segunda prioridade parece ser trabalhar para o Governo: FBI, NASA e CIA (além do CDC) estão no top-20. Não pela sua reputação, mas mais por causa da estabilidade na carreira. E porque consideram que é um trabalho útil.

E ainda há um terceiro caminho que pode ser um cenário generalizado, pelo menos nos EUA: criar a própria empresa. Mantêm-se num emprego a tempo inteiro, a trabalhar por conta de outrem, mas o objectivo está lá. E, quando der, vão lançar o seu negócio.

ZAP //

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