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Já é possível extrair lítio dos resíduos da produção de combustíveis fóssil

Investigadores norte-americanos descobriram uma forma de extrair lítio de forma sustentável, através das águas residuais da produção de combustíveis fósseis.

Graças à sua utilização em dispositivos eletrónicos, o lítio é um elemento cada vez mais procurado, à medida que nos deslocamos para um mundo mais elétrico.

Agora, uma equipa de investigadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, desenvolveu um método de abastecimento deste elemento que não só é eficiente, como também utiliza as águas residuais das instalações de produção de petróleo e gás.

Além da crescente utilização de lítio em dispositivos eletrónicos, o mundo também procura fazer a transição para veículos elétricos — que utilizam baterias de iões de lítio —, com o objetivo de reduzir as emissões de carbono.

No entanto, e apesar de ser um elemento abundante, a extração de lítio não é simples nem amiga do ambiente.

Por esta razão, os cientistas decidiram analisar a águas salgada para perceber se seria possível obter lítio de uma forma mais sustentável. Mas descobriram que a solução estará nas instalações de produção de petróleo e gás — que, idealmente, deveriam encerrar num futuro próximo, escreve a Interesting Engineering.

Como os investigadores explicam no estudo, publicado esta semana na Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), as águas residuais geradas durante a produção de petróleo e gás são tão ricas em lítio como as salmouras de água salgada que são utilizadas atualmente.

Só nos Estados Unidos, são produzidos biliões de litros destas águas residuais. Mas não há muitos recipientes para o lítio porque o processo de separação não é muito eficiente.

Juntamente com investigadores da Universidade da Califórnia, a equipa do Texas desenvolveu um novo polímero, através da utilização de éteres de coroa, que dá prioridade à separação do lítio da água.

Os éteres de coroa não têm sido utilizados para o tratamento de água, mas a sua capacidade de ligação aos iões de sódio permite que os iões de lítio se desloquem mais rapidamente através da membrana — sendo, assim, mais fácil de filtrar.

Os investigadores estimam que as águas residuais produzidas numa semana na Eagle Ford Shale, no Texas, podem produzir lítio suficiente para 300 baterias de veículos elétricos ou 1,7 milhões baterias para smartphones.

Enquanto esperamos que outras tecnologias de baterias alcancem as capacidades do lítio-ião, este método mantém o potencial de produzir lítio-ião de forma sustentável. Por outro lado, é uma oportunidade para as petrolíferas, uma vez que lhes permite continuar a produção (por agora) e fazer dinheiro também a partir dos seus resíduos.

ZAP //

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