Uma equipa internacional de cientistas afirma ter construído um computador quântico que gera uma sobreposição de todos os futuros possíveis.
O dispositivo quântico, desenvolvido por cientistas da Universidade Griffith e da Universidade Tecnológica de Nanyang, consegue gerar todos os futuros possíveis numa sobreposição quântica simultânea.
O artigo científico, publicado recentemente na Nature Communications, descreve de que forma este sistema quântico pode ajudar a Inteligência Artificial futurista a aprender muito mais rápido do que aprende atualmente. Este avanço pode significar que os computadores quânticos estão, finalmente, a tornar-se ferramentas úteis e práticas.
Para já, o computador quântico desenvolvido pela equipa consegue ter duas sobreposições de 16 possibilidades diferentes. Além disso, usa menos memória do que um computador clássico, sugerindo assim que poderia ser capaz de superar os sistemas clássicos em certas tarefas.
“É uma reminiscência dos computadores clássicos nos anos 1960”, disse em comunicado Geoff Pryde, cientista da Universidade Griffith. “Assim como poucos imaginavam os diversos usos dos computadores clássicos nos anos 1960, estamos ainda no escuro sobre as capacidades destes computadores quânticos.”
Atualmente, a Inteligência Artificial aprende analisando exemplo após exemplo e procurando padrões. Os cientistas por trás deste novo avanço argumentam que as suas sobreposições poderiam melhorar muito este processo. “Interferindo as superposições umas com as outras, podemos evitar olhar individualmente para cada possível futuro”, disse Farzad Ghafari, cientista do Griffith, citado pelo Futurism.
A verdade é que, quando olhamos para o futuro, deparamo-nos com uma infindável gama de possibilidades. Estas possibilidades crescem exponencialmente a cada minuto. Com este computador quântico, seria possível examinar todos os futuros possíveis colocando-os numa sobreposição quântica.
Para desenvolver este dispositivo, a equipa implementou um processador fotónico de informações quânticas especialmente desenvolvido pelos cientistas, no qual os “possíveis futuros” são representados pela localização dos fotões.
Foi desta forma que os responsáveis demonstraram a sobreposição de múltiplos futuros potenciais, ponderados pela sua probabilidade de ocorrência.
Segundo a Europa Press, o novo dispositivo funciona com base nos princípios descritos pelo físico Richard Feynman, que teorizou que uma partícula que viaja entre dois pontos não segue necessariamente um único caminho.
Em vez disso, segue todos os caminhos em simultâneo no que é chamado de sobreposição quântica – um estado que se tornou famoso pela experiência Gato de Schrödinger, na qual um gato dentro de uma caixa com um gás venenoso, que pode ter sido libertado ou não, está vivo e morto ao mesmo tempo.
De acordo com Jayne Thompson, da Universidade Tecnológica de Nanyang, este trabalho recente “estende o fenómeno postulado por Feynman, e utiliza-o para modular estatísticas futuras”. Apesar de este protótipo não simular mais de 16 futuros, o algoritmo quântico subjacente poderia, em princípio, “escalar sem limites“.