Esgotamento físico, psicológico e remuneratório. Desgaste dos enfermeiros deixa doentes em risco

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O estudo sobre o exercício da enfermagem em Portugal – da Universidade Nova, do Instituto Superior Técnico e do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho – foi apresentado no Congresso da Ordem dos Enfermeiros, que terminou este sábado, em Braga.

A maioria dos enfermeiros do Serviço Nacional de Saúde (SNS) admite prestar cuidados menos adequados devido às faltas materiais e de profissionais nas unidades de saúde, sobretudo nos hospitais.

O estudo contou com quase oito mil inquiridos e concluiu que 75% se sentem muitas vezes em contradição interna entre os pressupostos do que deve fazer e o que acontece de facto.

Segundo o Expresso, 85% dos enfermeiros sentem fazer tudo o que podem com a consciência de que, mesmo assim, não chega. Além disso, 84% dizem perceber que, não raramente, são impostas opções de tratamento em que não se reveem.

A maioria (55%) confessa que já agiu contra os códigos de ética e normas de conduta por constrangimentos materiais ou orientações da instituição.

“Os enfermeiros vão contra o que sabem ser certo ou agem em risco, por exemplo não viram o doente as vezes necessárias, sabendo que vai ter feridas, ou arriscam fazê-lo sozinhos porque não há outro colega para ajudar”, detalhou Raquel Varela, coordenadora do estudo.

A par destas dificuldades, somam-se as más condições de trabalho, como a remuneração e o descanso. 60% dos inquiridos fazem horas extraordinárias e 23% têm uma segunda atividade de enfermagem. O semanário detalha que 25% fazem mais de 55 horas por semana e 16% mais de 70.

A maioria dos profissionais diz-se sentir-se exausta, pelo facto de 74% trabalhar por turnos, 60% destes durante a noite.

“Há um desgaste imenso que os coloca e aos doentes em risco e uma sobrecarga, para não errarem sabendo que estão exaustos, que nunca é reposta. Daí começarem a adoecer aos 55 anos”, sublinhou Raquel Varela.

ZAP //

3 Comments

  1. Os mesmos enfermeiros que alinham e alinharam com o negócio Covid. Mataram milhares de pessoas ao deixarem para trás doenças bem mais graves. Portanto não tenho pena nenhuma desses enfermeiros. Que ardam no inferno é o que lhes desejo.

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