Sérgio Conceição admitiu, esta terça-feira, que o Famalicão, adversário da 25.ª jornada da I Liga de futebol, é a surpresa do campeonato, esperando que neste regresso os portistas mantenham a dinâmica.
Na antevisão do encontro com a equipa famalicense, que será um dos primeiros da Liga, após quase três meses de paragem devido à pandemia da covid-19, Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, referiu as expectativas para o que falta jogar no campeonato e mostrou-se confiante no futuro.
“O Famalicão é a verdadeira surpresa do campeonato, com muita qualidade individual, com jovens e um treinador que está a mostrar que tem categoria para fazer o trabalho que está a desenvolver. O João Pedro era adjunto e passou a ser treinador principal, está a provar que tem qualidade para isso”, elogiou.
Sobre o regresso do campeonato, o técnico espera “que seja retomada a dinâmica. Antes da paragem, a equipa estava bem, tinha vencido jogos importantes, tínhamos recuperado alguns pontos na tabela, essenciais para a luta do principal objectivo. Espero dar continuidade a toda essa dinâmica”, afirmou Sérgio Conceição.
O técnico portista falou do empate caseiro com o Rio Ave (1-1), no último jogo antes da paragem, a 7 de março, queixando-se da equipa de arbitragem. “Merecíamos ganhar, até por mais do que um golo. Não ganhámos por noite infeliz da terceira equipa, ou estaríamos agora com mais quatro pontos do que o nosso rival. Desejo a essas terceiras equipas a maior felicidade do mundo e, no fim, quem vencer que seja por mérito”, vincou.
Conceição garantiu ainda que o FC Porto quis sempre jogar para concluir o campeonato, lembrando que “ninguém foi de férias” e sublinhou a vontade de provar que os portistas são “os melhores dentro de campo”.
“Nós nunca parámos. Não fomos de férias, estivemos a trabalhar o tempo todo. Todos os dias tivemos trabalho, isso, por si só, demonstra a vontade e a esperança que tínhamos de que o campeonato retomasse, para que no campo mostrássemos o que éramos e que queremos ser a melhor equipa”, garantiu o treinador.
O técnico dos dragões foi ainda confrontado com o facto de não poder contar com Marcano até ao final da época. O defesa central espanhol sofreu uma rotura de ligamentos e foi operado, prevendo-se um tempo de recuperação nunca inferior a três meses.
“É sempre mau não ter todo o plantel. Lamento profissionalmente o que aconteceu ao Marcano. É um jogador muito importante para nós, também no balneário”, referiu.
O treinador dos azuis e brancos falou também sobre a situação do japonês Nakajima, que está a trabalhar em casa, para dar apoio à esposa, que se encontra doente. “Nakajima não está no grupo. A direcção vai tratar isso, mas não há muito mais a falar. Gostaria de ter todos disponíveis, claro”, explicou.
Sobre o facto de os jogos serem à porta fechada, Sérgio Conceição defendeu que, independentemente disso, “a fome tem de ser a mesma”. “Vai ser diferente entrar sem público. Faltarão os condimentos necessários. Comer uma salada sem azeite, vinagre e sal não é a mesma coisa. Mas, a fome tem de ser a mesma.”
“Temos de entrar com a mesma vontade, como se tivéssemos o estádio superlotado, com os sócios e adeptos a apoiar. O incentivo aos jogadores é essencial. Até as assobiadelas fazem falta. Não é a mesma coisa, mas temos de enfrentar as coisas como são”, frisou.
// Lusa