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Cientistas descobriram como é que os dinossauros suportavam o frio extremo

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A vida dos dinossauros nas zonas polares do antigo continente Gondwana não era nada fácil, porque tinham de suportar um frio intenso durante as noites de inverno.

Agora, uma equipa internacional de investigadores da Eslováquia, Suécia, Austrália e Estado Unidos analisou um fósseis de uma série de penas de dinossauros e pássaros que viveram dentro do círculo polar sul.

Embora indícios de dinossauros com penas exuberantes tenham aparecido no registo fóssil, a maioria dos exemplos vem do Hemisfério Norte, representando uma variedade de coberturas que poderiam ter ajudado a fauna mesozóica a regular a sua temperatura, esconder-se e ocasionalmente viver em climas relativamente quentes.

“No entanto, até ao momento, não foram descobertos restos tegumentares diretamente atribuíveis para mostrar que os dinossauros usavam penas para sobreviver em habitats polares extremos”, disse Benjamin Kear, paleontologista da Universidade de Uppsala, na Suécia, em comunicado.

Porém, um local de escavação no estado australiano de Victoria deu alguns exemplos notáveis ​​ao longo das décadas. Até agora, nunca tinha sido visto de perto. “Penas fósseis são conhecidas em Koonwarra desde o início dos anos 60 e foram reconhecidas como evidência de pássaros antigos, mas receberam pouca atenção científica“, afirmou Thomas Rich, do Museu de Melbourne, na Austrália.

Este estudo, publicado este mês na revista especializada Gondwana Research, é o primeiro a documentar de forma abrangente estes restos. Um total de dez espécimes fósseis foram incluídos no estudo, todos com cerca de 118 milhões de anos, fornecendo evidências sólidas de penas de asas de pássaros antigos e penas corporais parcialmente decompostas.

De acordo com o ScienceAlert, algumas das penas eram relativamente avançadas e semelhantes às penas modernas, que as ajudam a interligar-se durante o voo e protegem os animais dos elementos.

“As penas dos dinossauros eram usadas para isolamento“, explicou Martin Kundrát, da Universidade Pavol Jozef Safarik, na Eslováquia. “A descoberta de penas em Koonwarra sugere, portanto, que coberturas de penas macias podem ter ajudado os pequenos dinossauros a aquecer-se nos antigos habitats polares”.

Na época, as massas de terra do sul de hoje – Antártica, Austrália, América do Sul, África, Índia e Arábia – estavam todas misturadas num só supercontinente gigante chamado Gondwana, centralizado no Pólo Sul da Terra. O clima do mundo era muito mais quente,  muito mais temperado, com ecossistemas luxuriantes cheios de plantas e animais.

Embora não estivesse congelado, os pólos experimentavam longos períodos de luz solar no verão e escuridão no inverno. Portanto, os seres que viviam nessas condições extremas precisava de lidar com um crepúsculo prolongado e frio.

Estas evidências concretas de penas potencialmente isolantes ajuda os investigadores a preencher as peças que faltam no mistério de como os dinossauros suportavam o frio.

ZAP //

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