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Cientistas criaram muco sintético (que pode ajudar no combate a certas doenças)

Os cientistas conseguiram, finalmente, criar moléculas de muco sintético que exibem a estrutura e a função do muco real, o que poderá ajudar a desenvolver novos tratamentos para doenças infecciosas.

Quando pensamos em muco, a primeira ideia que nos vem à cabeça é provavelmente o seu aspeto viscoso e desagradável. Mas a verdade é que este é um material muito útil, uma vez que atua como uma barreira que não só protege tecidos delicados, como também serve de armadilha a micróbios e contaminantes, ajudando a expulsá-los do nosso corpo (que produz cerca de 1,5 a dois litros por dia apenas no aparelho respiratório).

Segundo o site Science Alert, replicar as suas propriedades poderia dar à ciência uma ferramenta importante para combater determinadas doenças. Esta nova investigação, publicada a 30 de março na revista científica ACS Central Science, é um importante passo nesse sentido.

Cientistas liderados pelo químico Austin Kruger, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), conseguiram sintetizar mucinas, família de proteínas que é um componente-chave na maioria das secreções como o muco.

As mucinas sintéticas criadas pela equipa não apenas estão estruturadas como as reais, como até replicaram algumas das suas funções.

“Nós queríamos mesmo entender quais as características das mucinas que são importantes para as suas atividades, e imitar essas características para poder bloquear as vias de virulência nos micróbios”, disse a química Laura Kiessling, também do MIT e uma das autoras do estudo.

Quando expostos à bactéria Vibrio cholerae, agente causador da cólera, os seus polímeros cis não só capturaram as toxinas com eficácia, como também tiveram um desempenho ainda melhor do que as mucinas reais.

Apesar de ainda haver muito trabalho pela frente, esta investigação já revela ser uma grande promessa. Além disso, a equipa descobriu que os polímeros cis eram solúveis em água – mais do que as mucinas naturais –, o que significa que têm potencial para serem incluídos em cremes e géis tópicos e talvez até mesmo em colírios.

ZAP //

 

 

 

 

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