China pronta para “esmagar” a independência de Taiwan

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RITCHIE B. TONGO / EPA

A China disse hoje estar preparada para “esmagar resolutamente qualquer forma de independência de Taiwan”. Os Estados Unidos vão acelerar a venda de armamento à ilha.

“Um movimento extremamente errado e perigoso” é o que diz Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa da China, sobre o recente aumento de trocas entre os Estados Unidos e Taiwan.

O Exército de Libertação Popular “continua a fortalecer o treino militar e esmagará resolutamente qualquer forma de secessão independente de Taiwan“, disse o porta-voz, num comunicado divulgado hoje

Tan Kefei acrescentou ainda que “defenderá a soberania nacional e a integridade territorial”, fazendo referência aos Estados Unidos, principal aliado de Taiwan.

Segundo a agência oficial CNA, o ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, disse, numa sessão legislativa na semana passada, que o governo do presidente Joe Biden planeia conceder a Taiwan um pacote de ajuda militar no valor de 452 milhões de euros, através de um programa de emergência semelhante ao que usou para ajudar a Ucrânia.

Com a maior marinha do mundo e um enorme arsenal de mísseis balísticos, a China tem reforçado as suas ameaças a Taiwan, nomeadamente através do envio de veículos aéreos não tripulados para o espaço aéreo da ilha.

Nos últimos meses, as tensões aumentaram no Estreito de Taiwan, onde a China realizou manobras de alta intensidade em diversas ocasiões, inclusive após a visita à ilha em agosto de 2022 da então presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi.

No ano passado, os EUA anunciaram um pacote de ajuda militar de mais de 1000 milhões de euros para Taiwan, que servirá para reforçar o sistema de mísseis e radares da ilha, cuja soberania é reivindicada pela China.

A ilha de Taiwan é uma das maiores fontes de tensão entre China e Estados Unidos, sobretudo porque Washington é o principal fornecedor de armas de Taiwan e seria o seu maior aliado militar, no caso de uma invasão chinesa.

Segundo dados do Governo norte-americano, Taiwan é o nono maior parceiro comercial dos EUA e o 10.º maior mercado de exportação dos EUA, sendo, por isso, um “parceiro-chave dos EUA na região do Indo-Pacífico”.

No final da Segunda Guerra Mundial, Taiwan integrou a República da China, sob o governo nacionalista de Chiang Kai-shek.

Após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, em 1949, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China.

O território realizou reformas democráticas nos anos 1990 e é hoje encarada como uma das mais vibrantes democracias no leste da Ásia.

Apesar da ilha nunca ter feito parte da República Popular da China, o Partido Comunista Chinês quer a unificação política, ameaçando a ilha através da força, caso Taipé – a capital de Taiwan – declare formalmente a independência.

ZAP // Lusa

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