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Bioengenheiro inventa microscópio de cartão que se monta como um origami

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Foldscope, o microscópio de baixo custo feito em cartão

Foldscope, o microscópio de baixo custo feito em cartão

Um microscópio é, por norma, um equipamento de tal forma complicado que, à partida, parece ser impossível pensar que poderia ser impresso numa folha de cartão por um custo final de, aproximadamente 37 cêntimos.

Mas foi precisamente o que fez o bioengenheiro indiano Manu Prakash da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos – e esta invenção pode agora salvar vidas em países em desenvolvimento, onde faltam equipamentos para diagnosticar (e tratar) doenças.

As peças do microscópio de Prakash, o Foldscope, são impressas em cartão e depois destacadas e montadas seguindo um sistema de drobagens e encaixes, como acontece na técnica do origami.

O Foldscope – que tem o formato de uma tira, diferente dos microscópios convencionais – possui ainda peças como lentes, uma pequena lâmpada de LED e uma bateria semelhante à que é normalmente usada em relógios.

O microscópio é montado em sete minutos, e o seu custo total é de 0,37 euros.

A bateria do Foldscope tem uma duração até 50 horas, e o equipamento permite ampliar uma imagem até duas mil vezes.

Prakash e a sua equipa criaram 12 modelos diferentes, cada um feito para diagnosticar uma doença específica. Todos têm incluído um projector que é embutido para que suas imagens possam ser analisadas por várias pessoas ao mesmo tempo.

Resistente

Por ser impresso, o Foldscope pode ser fabricado em larga escala, para além de ser muito resistente.

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Manu Prakash

Manu Prakash

“Se quiser poderá molhá-lo, pode pisar e saltar em cima dele ou ainda atirá-lo da altura de um prédio de três andares”, diz Prakash.

A ideia surgiu a partir das viagens do cientista e dos seus alunos a países em desenvolvimento, onde ficaram impressionados com a falta de infra-estruturas para identificar doenças como a malária.

“No Quénia, não há remédios suficientes contra a malária, mas ainda assim são distribuídos mesmo que a doença não tenha sido diagnosticada”, afirma Prakash.

Além do desperdício, o uso indiscriminado dos medicamentos faz com que os parasitas que causam a doença fiquem imunes aos tratamentos disponíveis. Daí a importância dos microscópios, que permitem identificar a presença do mal nos pacientes.

Em Novembro, a Fundação Bill & Melinda Gates premiou Prakash em cerca de 72 mil euros para que ele testasse o Foldscope na Índia, na Tailândia e no Uganda.

O cientista irá seleccionar agora 10 mil voluntários, entre médicos, alunos de medicina, estudantes de nível primário e secundário e cientistas, para testar a sua criação.

ZAP / BBC

 

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