Auxiliar do Hospital Garcia de Orta torturou pacientes idosos em troca do PIN dos cartões bancários

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Hipersyl / Wikimedia

Hospital Garcia de Orta

O homem ter-se-á aproximado dos doentes para lhes roubar ouro e outros pertences valiosos, tendo depois recorrido a agressões para os coagir a dizer os códigos de acesso às contas do banco.

Um auxiliar de ação médica de 35 anos foi detido pela PSP de Almada após uma investigação revelar várias agressões e crimes chocantes ocorridos no Hospital Garcia de Orta. O homem é acusado de agredir e torturar vários doentes idosos para lhes roubar ouro e os códigos dos cartões bancários.

Durante um período de investigação de um ano e meio, a PSP acumulou provas substanciais contra o auxiliar, residente em Paio Pires, Seixal. Está indiciado por cerca de vinte ataques a doentes, muitos dos quais sofriam de AVC, demência ou graves doenças cardíacas, e todos com mais de 75 anos de idade.

A tática do suspeito baseava-se em ganhar a confiança das vítimas assim que eram admitidas nas urgências, auxiliando-as a despir-se e a guardar os seus pertences pessoais em cacifos. Era nestes momentos que os furtos ocorriam, com o suspeito a apropriar-se de peças de ouro, dinheiro e cartões bancários.

Os detalhes mais perturbadores emergiram dos depoimentos das vítimas, que relataram ter sido coagidas sob agressão a fornecer os códigos dos seus cartões bancários, resultando na perda de quantias significativas de dinheiro das suas contas.

As provas contra o auxiliar foram reforçadas por descobertas feitas em lojas de ouro, onde vendia os itens roubados, e por buscas que resultaram na apreensão de bens furtados no seu cacifo no hospital. O suspeito deve ser interrogado por um juiz no Tribunal de Almada e a sua mulher também foi indiciada como co-autora em alguns dos crimes, aponta o Correio da Manhã.

Este caso destaca um aumento preocupante nos crimes de abuso de cartão bancário, agora reconhecidos autonomamente no Relatório Anual de Segurança Interna de 2022, anteriormente classificados como burla informática.

A investigação continua em curso, com a PSP a não descartar a possibilidade de existirem mais vítimas que ainda não foram contactadas.

ZAP //

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