Ataques em Moçambique: 15 mortos em três dias. Receio de fome em comunidades

Ataques armados invadiram três aldeias perto de Cabo Delgado. População local tem medo e deixou a agricultura.

Os ataques rebeldes e ocupações militares continuam em Moçambique, mais concretamente a norte, na zona de Cabo Delgado. Fonte local indicou à agência Lusa que, só entre esta sexta-feira e este domingo, morreram 15 pessoas.

Três aldeias foram atacadas: Mbuidi (sexta-feira), Malamba (sábado) e Nangõmba (domingo). Todas pertencem ao distrito de Nangade, em Cabo Delgado, norte do país africano.

A agricultura é o principal meio de subsistência naquela região mas, devido ao receio de novos ataques, a população local deixou de aparecer no campo para trabalhar. E algumas comunidades podem passar por períodos de fome ao longo deste ano.

As matas estão a começar a ficar cheias de corpos abatidos, alguns decapitados. Os cadáveres não são enterrados, começam a decompor-se e o cheiro começa a ficar insuportável.

“Ninguém se atreve a sair sozinho, sem escolta, para Mueda (outro distrito) porque os grupos armados atacam aldeias vizinhas e nalguns casos ao longo da estrada principal”, indicou outra fonte local.

Já no final de Fevereiro, cinco aldeias foram atacadas e 18 pessoas foram portas.

Os criminosos serão elementos de grupos insurgentes que atacam em Cabo Delgado desde 2017. Alguns ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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