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Divórcio, mudar de escola: como ajudar as crianças a superar a ansiedade

As grandes alterações na vida podem mexer com qualquer um – especialmente com os mais novos.

Os pais divorciaram-se e causaram um choque no filho; chegou o dia de mudar de escola e a criança está ansiosa, com muito medo; vai nascer outro bebé na família e o irmão está confuso.

Quem é mãe, pai, ou quem acompanha de perto a vida de uma criança, já pensou nisto ou já passou por isto.

A pergunta é: como ajudar as crianças durante as grandes mudanças? Como suavizar a ansiedade e o medo nos mais novos perante o desconhecido, perante o imprevisível?

O portal Business Insider partilhou as dicas do livro Tiny Humans, Big Emotions – escrito por Alyssa Blask Campbell e Lauren Stauble. Foi lançado há poucos dias.

Desde logo, o óbvio: é normal a criança sentir ansiedade e medo. E mais: é normal que os pais sintam o mesmo. Ficamos mais alerta, as nossas emoções estão mais à flor de pele.

Nestas fases de mudanças fortes, é natural que tudo nos pareça confuso. Pode ser um momento difícil – e os pais não são um fracasso se as coisas não correrem bem.

Mas há cinco caminhos que os pais devem seguir, para ajudar os filhos a lidar com estas alterações.

O primeiro é normalizar a situação. Receber os novos sentimentos como uma resposta natural – e mostrar isso com palavras e acções.

O segundo é utilizar ajudas visuais. Algo que é visível pode ser útil para abordar essa transição.

Depois, convidar a criança a ter curiosidade. Deixemos os mais novos fazer perguntas sobre o que está a acontecer (mesmo as perguntas mais incómodas).

Devemos interiorizar esta ideia: o processo vai demorar mais tempo do que o habitual. Não há urgências.

Por fim – mas no fundo é no início – podemos preparar contar histórias, dar exemplos ainda antes de a mudança começar. Ilustrar como foi, para dar uma previsão de como será.

Quando?

Claro que, e ainda relacionado com o parágrafo anterior, há uma pergunta que surge logo: quando devemos falar com as crianças?

Depende sempre de cada caso (e casa). Mas a mudança começa oficialmente quando o horário e/ou o ambiente à volta das crianças também muda.

Os filhos devem ter noção do tempo, compreender as mudanças. E os pais devem estar atentos a esses sinais para decidir quando falar.

Além disso, nessas conversas é importante sublinhar o que vai continuar como estava. Porque nem tudo muda.

É igualmente – ou ainda mais – importante deixar que o filho participe no processo. Quer nas conversas, quer nas próprias mudanças, quando isso se aplica. E deixar que ele se exprima, que mostre o que sente.

E não adianta mentir. Não adianta dizer que vai tudo ficar como antes. Nem adianta fingir que vai ser tudo fácil. Porque não vai.

Sinais

Cada criança tem o seu ritmo. Porque cada pessoa tem o seu ritmo.

Mas há sinais mais ou menos frequentes nas crianças, quando estas passam por uma mudança relevante.

As emoções serão mais “fortes” e mais frequentes; pelo menos uma das rotinas principais – comer, banho e dormir – irá mudar; as crianças testam os pais, ao perguntar se as expectativas dos mais velhos mudaram; e pode haver um atraso na reacção da criança quando há uma primeira mudança.

Resumindo: não há perfeição e deve-se respeitar a criança. E fazer o melhor que conseguimos.

ZAP //

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