Um novo estudo revela que, ao contrário do que se pensava, não é o cérebro que define a tendência para executar tarefas com a mão esquerda ou direita, mas sim a medula espinal.
Até agora, as teorias defendiam a existência de um gene responsável por pessoas destras. As pessoas que não herdem esse gene tem uma probabilidade de 50% de serem destras, caso contrário serão ambidestras ou esquerdinas.
Todos os movimentos dos braços e das mãos são iniciados através do córtex motor no cérebro, que envia um sinal correspondente para a medula espinhal que, por sua vez, traduz esse sinal em movimento.
No entanto, o córtex motor não ligado à medula espinal desde o início da gestação. Mas, segundo os cientistas, a lateralidade manual já é visível mesmo antes da ligação surgir.
A preferência por utilizar maioritariamente a mão esquerda ou direita começa a desenvolver-se no útero na oitava semana de gestação. A partir da 13 ª semana de gravidez, já se observa claramente a tendência de um bebé que ainda está no útero da mãe “chuchar” no polegar direito ou esquerdo.
Os cientistas analisaram os genes presentes na medula espinhal entre a oitava e a 12ª semana de gestação e detetaram diferenças significativas precisamente nesses segmentos da medula que controlam os movimentos dos braços e pernas.
Por isso, a equipa acredita que a preferência para ser esquerdino ou destro é determinada pela medula espinhal, e não pelo cérebro.
“Estes resultados mudam completamente a nossa compreensão acerca da causa das assimetrias hemisféricas”, destacam os especialistas.
O estudo, publicado no eLife, foi realizado por biopsicólogos da Universidade de Ruhr Bochum, na Alemanha, em colaboração com o Instituto Max Planck, a Universidade de Radboud, na Holanda, e o Centro de Investigação Wellenberg, na África do Sul.