Supremo Tribunal da Austrália anula sentença do cardeal George Pell, condenado por pedofilia

Mazur / catholicchurch.org.uk

O cardeal George Pell

O Supremo Tribunal da Austrália anulou esta terça-feira a sentença de seis anos de prisão imposta ao cardeal George Pell, ex-tesoureiro do Vaticano, por abuso sexual de dois menores nos anos 90.

O plenário dos juízes do Supremo Tribunal da Austrália considerou que havia “uma possibilidade significativa de uma pessoa inocente ter sido condenada porque a prova não estabeleceu culpa com o nível de evidência exigido“, de acordo com a decisão à qual a agência de notícias Efe teve acesso. A decisão não é passível de recurso.

O caso de pedofilia contra o ex-responsável das Finanças do Vaticano tem como base o testemunho de duas vítimas que o denunciaram em 2014. Um dos acusadores morreu após o início do processo, vítima de consumo excessivo de estupefacientes.

Segundo a defesa, os dois juízes anteriores que tinham condenado o cardeal cometeram um erro ao exigir que Pell provasse a sua inocência sobre os crimes que lhe foram atribuídos.

O Supremo Tribunal também considerou que o júri “deveria ter duvidado da culpa do réu em relação a cada um dos crimes pelos quais foi condenado”.

Desde agosto de 2017 que o cardeal australiano, a terceira figura do Vaticano, enfrentava um processo por supostos crimes sexuais contra menores. George Pell foi o primeiro alto funcionário da cúria romana acusado em supostos crimes de pedofilia, mas sempre se declarou inocente das acusações.

O papa afastou George Pell do seu círculo de conselheiro,s assim como o cardeal Francisco Errázuriz, suspeito de encobrir atos pedófilos de um eclesiástico no Chile.

Os dois altos representantes da Igreja Católica integravam o Conselho de Cardeais, composto por nove conselheiros em representação de todos os continentes, também conhecido pela designação “C9″, e cuja missão é ajudar o Papa Francisco a reformar a administração da Santa Sé.

Pell foi condenado em março de 2019 por cinco acusações de abuso sexual, incluindo uma de penetração oral, cometida contra duas crianças no coro da Catedral de São Patrício em 1996 e 1997, quando era arcebispo de Melbourne.

ZAP // Lusa

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